A Caçada - Margaery Tyrell
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A Caçada - Margaery Tyrell
Margaery Tyrell - A caçada - Parte I
A comitiva Tyrell tinha saído há uma semana, desde então Margaery estava com a responsabilidade de administrar toda a Campina. Os seus dias estavam divididos entre reuniões desinteressantes e ouvir relatórios matinais, apesar dos assuntos serem quase sempre os mesmos, Margaery ainda assim gostava de se sentir importante. Essa era uma coisas que admirava nos Dorneses, a evidente participação da mulher na sociedade.
- Senhora Margaery, o enviado de Lorde Jon Roxton veio trazer os impostos. - anunciou Meistre Edd. Esta seria a última audiência do dia. Depois disto a Lady Tyrell iria sair para treinar com seu arco e flecha.
- Ótimo, mande-o entrar.
Um jovem com não mais que 20 anos adentrou no salão de audiências. Caminhou em direção à grande mesa de carvalho escuro e se sentou de frente para a Lady, fazendo uma pequena reverência antes. O enviado trazia um saco em suas mãos.
- M'Lady, chamo-me Richard. Fico honrado em estar em sua graciosa presença, sou responsável por trazer comigo os impostos devidos à Jardim de Cima e com isto, representando a Casa Roxton, reafirmo o nosso compromisso com os Tyrell e com a Campina.
- Me alegro em ouvir suas palavras Richard. A Casa Roxton tem prestado uma ótima vassalagem ao longo destes tantos anos. - fez uma pequena pausa - Agora vamos ao trabalho.
O jovem tirou o saco do colo e o colocou em cima da mesa. Enfiou sua mão e foi tirando as moedas de ouro, prata e cobre, dividindo-as. Margaery observava calada.
- Aqui estão minha senhora, todos os impostos que a Casa Roxton deve à Casa Tyrell.
- Meistre Edd, se aproxime e me ajude a contar. - o velho sábio se aproximou e da mesa e começou a contar as moedas. - Isto vai para a Coroa e este ficará aqui em Jardim de Cima. -Margaery observou os dois montantes. - Sabe de uma coisa, Richard? Se bem me recordo da última vez o valor era um pouco mais alto. Poderia me explicar o porquê?
- La...Lady Tyrell, - gaguejou - nossas colheitas de trigo foram menores desta vez. E nossas terras estão no limite para ampliarmos nossas safras...
- Nos nossos registros Magnus ampliou suas terras em um terço da última vez que nos pediram.
- Sim, mas a demanda cresceu muito...
- Então onde está o aumento dos valores proporcional à demanda?
- Perdemos uma parte da colheita. Javalis destruíram parte da plantação - se explicou o jovem que já estava com o rosto corado.
- Então se assegure que os animais não voltem a destruir os trigos da próxima vez, se for necessário solicite o envio de homens para ajudá-los. Nós nunca nos recusaremos em ajudar um vassalo nosso. Mas tente evitar estas "perdas de colheita", isto prejudica a nossa economia e os Targaryen's não ficam satisfeitos com esse tipo de coisa.- o rapaz se engasgou com a saliva e começou a tossir - Está liberado, Richard. Pode ir e diga ao Lorde Jon Roxton que iremos avaliar o aumento de suas terras em breve assim que Magnus retornar.
O enviado se levantou, fez uma rápida reverência e saiu da sala aos tropeços. Margaery riu ao fundo enquanto se levantava , tinha outro compromisso agora.
O céu estava limpo fora das paredes do Castelo, o calor do Sol se misturava com o vento e deixava um clima agradável no ar. Na primeira oportunidade que surgiu, a Jovem Tyrell aproveitou o dia tranquilo sem mais audiências para praticar suas "habilidades" com arco e flecha. O pequeno grupo formado por 6 cavaleiros, Margaery e Anne Fossoway deixaram Jardim de Cima de manhã e cavalgavam para o bosque mais próximo. A Jovem Tyrell pretendia caçar um cervo.
- Iremos abater o animal e logo depois voltaremos para o castelo, M’lady. - Disse Rodolf, um jovem soldado - Não vamos ficar aqui até o escurecer.
- Sou eu quem dá as ordens aqui, Rodolf - advertiu Margaery - Não se preocupe, voltaremos assim que conseguirmos o cervo.
Continuaram por mais meia hora sem pausa, atravessaram os campos verdes da Campina em um ritmo lento, subiram e desceram colinas. No caminho se depararam com um grupo de cervos, porém a Jovem Tyrell queria caçar no bosque, pois os espécimes eram maiores. Cruzaram um pequeno riacho e chegar à entrada do bosque. Dois soldados ficaram posicionados em frente o bosque, enquanto o resto do grupo entrou em busca da caça. Margaery ia na frente, com o arco na mão e a aljava abastecida em suas costas, a jovem ouvia atentamente os sons em sua volta.
- Papai não gostava que eu praticasse com isto aqui. - comentou - Ele dizia que uma donzela deveria ficar no castelo bordando e ensaiando os bons modos. Depois que ele partiu Magnus me ensinou um pouco a caçar, ainda estou aprendendo... E você Anne, já caçou quantas vocês?
- Pra falar a verdade M’lady, esta é minha primeira vez. Apenas meus irmãos iam à caça. - respondeu sua dama de companhia.
- Quando nós voltarmos a Jardim de Cima, prometo que te ensinarei - Margaery deu um sorriso e apertou a mão da amiga.
- Senhora! - chamou Rodolf - veja, tem pegadas aqui.
Margaery se aproximou e agachou para observar os rastros.
- Cervos. Com certeza são de cervos.
- Tem mais algumas ali na frente, minha senhora, mas não me parecem ser de cervos. Veja ali - o cavaleiro apontou para os outros rastros.
A Jovem Tyrell se levantou, ajeitou o vestido Verde Escuro e foi até as outras pegadas. E se surpreendeu quando as viu.
- Realmente não são de cervos, Rodolf. Parecem-me pertencer a algum tipo de felino. E dos grandes.
O rosto de Anne Fossoway mudou imediatamente no momento que Margaery proferiu aquelas palavras, sua expressão alegre se transformou em medo.
- Senhora... - disse Anne com a voz trêmula - não seria melhor nós voltarmos agora?
- Não. - respondeu prontamente - Iremos continuar. Isto não será um problema, os dois vestígios seguem em direções diferentes.
- Mas... e se for um gato-das-sombras?
- Gato-das-sombras habitam apenas o Vale de Arryn e o norte das Terras Fluviais, pelo que me lembro. Não há possibilidade de um ter vindo parar aqui. Já disse que não há problemas. Vamos, me sigam.
O resto do grupo, mesmo relutante, adentrou mais ainda o bosque, seguindo os rastros do cervo. Margaery passou por entre os trocos das árvores, a vegetação já estava densa e sentia os insetos pousando em seus braços, o que a incomodava. Percebeu também que seu vestido estava rasgado próximo a perna esquerda, mas continuou em busca de seu objetivo. Chegou devagar até uma clareira, o Sol do meio-dia transpassava as copas das árvores e iluminava o centro, ali se encontrava o tão procurado cervo. Não muito grande, deveria pesar uns 70 kg. Se alimentava de pequenas frutinhas que ali nasciam. O animal não notou a aproximação da Jovem Tyrell.
- Te achei, amiguinho -sussurrou Margaery, enquanto puxava lentamente a corda do arco, mirando perto do fêmur do animal. - Não vai sofrer muito - A flecha então voou pelo ar e acertou em cheio o animal que soltou um alto grunhido e logo depois saltou em direção à mata densa. Pássaros voaram assustados com o som.
- Acertei! - exclamou Margaery de felicidade - Por aqui, rápido! - gritou ela para avisar o restante do grupo, e correu atrás do cervo ferido.
Ao longe se podia ouvir o esturro agitado de um grande felino...
Magnus Tyrell- Senhor da Campina e Protetor do Sul
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Parte II
Margaery Tyrell - A Caçada - Parte II
Margaery atravessava a floresta em busca do animal
que acabara de abater. As manchas de sangue nas folhas rasteiras entregavam a sua localização. Após correr alguns minutos encontrou o animal caído próximo a uma grande rocha. A flecha estava alojada no fêmur. A Jovem Tyrell se aproximava devagar, o cervo tentava se levantar mas não tinha forças.
- Ei, pequeno. Será rápido.
Andou alguns passos à frente e agachou-se ao lado do animal. Tirou a aljava das costas, colocou-a sobre os joelhos e retirou uma pequena adaga de dentro. Acariciou-o e num golpe rápido perfurou seu pescoço. O cervo debateu-se e soltou um último grunhido e logo depois não mexeu-se mais.
- Está feito - A Jovem levantou-se e saiu de perto do corpo do animal para limpar a lâmina da adaga. Um silêncio tomou conta do ambiente. Margaery aguardava a chegada do resto do grupo. De repente, escutou-se um som de galhos quebrando no chão a sua direita. "Passos", pensou a jovem.
- Sor Rodolf? Anne? - chamou-os - Vamos, aparecem logo, já abati o cervo.
Não houve resposta. O barulho agora estava à esquerda e desta vez acompanhado de um som parecido com o ronco de um estômago vazio.
- Pare de brincadeira, Anne. Venha logo.
O causador dos ruídos surgiu em meio as folhas. Grande como um boi, sua pelagem era amarelo-palha, um tufo de pelos cobriam o pescoço e entregavam a sua identidade. Um leão. Rosnava alto e saliva escorria de sua boca. Seus dentes eram do tamanho do dedo de um homem adulto.
- Merda! - Exclamou Margaery. Ela começou a caminhar lentamente para trás.
O Leão foi em direção ao cervo e farejou-o, aparentava estar com fome.
- Lady Margaery, onde está você? - gritou Sor Rodolf. O restante do grupo apareceu atrás da Jovem Tyrell - Senhora, pelos Sete. Não faça mais isso.
A fera voltou sua atenção para Sor Rodolf.
- Calados! - Exclamou Margaery em voz baixa - Não façam barulho e saiam lentamen...
Neste momento Anne Fossoway soltou um grito ensurdecedor. O Leão rugiu em resposta, avançou rapidamente e saltou para cima de um soldado. O mesmo tentou tirar sua espada da bainha mas não teve chance de defesa, a criatura abocanhou sua jugular. Sangue jorrou no chão. Sor Rodolf agarrou o braço de Margaery e começou a correr.
- Protejam sua Senhora! Sor Marcell, leve Lady Margaery em segurança de volta à Jardim de Cima. Eu ficarei para distraí-lo.
Sor Rodolf e outro caveleiro ficaram na retaguarda, enquanto Sor Marcell levava-as para fora da floresta. Correram por alguns minutos. Anne estava exausta e tropeçou.
- Senhora, levante! Não podemos parar agora. É perigoso ficar aqui por muito mais temp...
Não terminara a frase quando a fera surgiu de entre as árvores. Com um movimento parecido com o primeiro ataque, saltou para atacar a garganta do cavaleiro. Sor Marcell debatia-se no chão com o Leão em cima de seu corpo mordendo-o. Anne voltou a correr desesperadamente, mas a Tyrell ficou ali parada, em estado de choque. O homem era devorado diante de seus olhos. Num momento de instinto, Margaery pega sua adaga e vai até o Leão, desfere duas estocadas próximo as costas do animal que ruge com a dor, se vira e ataca a coxa da jovem. Ela tenta correr mas o ferimento foi profundo e então cai sentindo o sangue quente escorrer por sua perna. Sem forças para levantar-se, sua visão começa a ficar embaçada e tudo vira vulto. O Leão aproxima-se dela e fica com o focinho perto de seu rosto. O bafo com cheiro de carne fresca entra nas narinas de Margaery, sangue escorre dos dentes da fera e pinga em seu rosto.
- Saia de cima de minha Senhora, criatuta abominável! - Sor Rodolf apunha-la o Leão com a espada - Retorne para os Sete Infernos.
O animal ferido e acuado foge para a densa floresta. Rodolf vai até a Jovem.
- M'Lady, aguente firme. Permita-me te carregar de volta.
Após isso tudo, a única coisa que Margaery viu foi o céu da tarde por trás da copas das árvores e logo depois já estava sobre uma sela. Carregada nos braços do cavaleiro, não conseguia falar e resmungava de dor. Havia um pedaço de seu vestido amarrado em cima do ferimento. Logo depois viu as muralhas de Jardim de Cima.
- Margaery! O que aconteceu? - a voz era familiar.
- Senhor, fomos atacados no bosque - Explicou Rodolf.
- Irresponsáveis! Levem ela para o quarto e chamem um Meistre.
- Tio Elrond, é o senhor? - sussurrou a jovem.
- Sim, querida. Retornei de viagem. Agora fique quieta, será melhor para você. - Colocou a mão sobre a testa de Margaery - Que droga, onde está o Meistre? E tragam leite de papoula! Agora!!!
Magnus Tyrell- Senhor da Campina e Protetor do Sul
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