Crescendo Fortes - Magnus Tyrell

O Sol nascia no leste. A vista das janelas de Jardim de Cima mostrava bem o qual imponente era a Campina. Os vastos campos de plantações e pasto às margens do Vago eram de um verde tão vivo que só se encontrava na Campina. Magnus, como de costume, gostava de observar o nascer do Sol todas as manhãs. Era uma forma de se lembrar de sua responsabilidade e que milhões de pessoas dependiam de suas decisões. Vestiu um gibão verde-relva com ornamentos dourados feitos de fios de ouro, assim como as cores de sua Casa. Colocou um par de botas pretas e arrumou seu emaranhado de cachos castanhos.

Saiu de seu quarto que ficava no sexto andar da principal edificação rumo ao salão para o dejejum. Tinha quase certeza que encontraria sua mãe e sua irmã lá, elas sempre estavam comendo neste horário.

Desceu as escadas e cumprimentou três guardas que faziam a vigia daquela parte da fortaleza, logo depois seguiu à direita a passos largos. Enquanto andava pelos corredores em direção ao salão, reconheceu alguns rostos familiares. Pyper Bulwer, de 15 anos, primo distante de Lorde Bulwer, saiu de Coroanegra para treinar com alguns cavaleiros mais experientes em Jardim de Cima. Anne Fossoway, 18 anos, uma das companhias de honra de Margaery e Jordy Flowers, 18 anos, um bastardo, que de acordo alguns boatos era filho de Lorde Tarly, Jordy era um fiel amigo de seu irmão, Garth.

Jardim de Cima era considerado por muitos um Castelo que parecia ter vida própria e o mais bonito dos Sete Reinos. Cheio de cantores, violinistas, harpistas, cavaleiros, festas e cercado pela natureza, era a representação fiel da Campina e da Casa Tyrell. Enfim, após passar pelos corredores do Castelo chegou até as portas do Salão. No meio dele havia uma grande mesa feita de carvalho cheia comida. Sua mãe e sua irmã já se encontravam lá. Magnus percebeu que estavam rindo.

Sua mãe, Janna Tyrell vestia um vestido Verde oliva com adornos brancos e azuis, tinha duas pulseiras de ouro em cada braço e usava um colar com uma grande Rosa feita de citrino. Já sua irmã, Margaery, estava trajando um grande vestido amarelo ouro feito de seda, tinha os cabelos castanhos soltos que quase caiam até a cintura.

- Posso saber o que está tão engraçado? - Perguntou o Lorde Tyrell ao se sentar na mesa.

- Coisas de garotas, meu irmão. Tenho certeza que não vai gostar de saber - Respondeu Margaery rindo.

- Com certeza não, Margaery.

A Jovem era uma das moças mais bonitas da Campina. Centenas de pequenos Lordes Vassalos pediram sua mão em casamemto para Lorde Luthor antes de morrer e para Magnus após se tornar Lorde. Luthor alegava que nenhum era bom o suficiente para sua filha, já Magnus queria que a moça escolhesse seu futuro marido.

Sua mãe estava lhe encarando com um olhar sério. Como se algo a incomodasse.

- Você acorda muito tarde, meu filho - falou Janna Tyrell - faz horas que estou acordada com fome te esperando para o dejejum.

- Mas... - Magnus olhou para o prato de sua mãe - Você já comeu.

- É claro. - Disse a Senhora- Se eu fosse lhe esperar morreria faminta sentada nesta mesa. Tem sorte de eu já ter comido. Agora vamos aos assuntos que realmente interessam este Reino. Como anda as coisas na Campina - Janna pegou um pedaço de melão, e mastigava esperando a resposta de seu filho.

- Tudo em ordem. - disse Magnus com um sorriso no rosto - As safras desse ano estão acima do esperado, as colheitas de melões nas proximidades de Casassolar atingiram recordes. Em Vaufreixo os comerciantes estão lucrando bastante, desde que começamos a apoiar mais os camponeses e suas plantações a economia da Campina melhorou. Os Redwyne esperam a próxima grande safra de uva para vender para os Grandes Lordes. Já os Hightower's não tem dado muitas notícias desde a morte de Lorde Lewis, mas pelas nossas últimas informações tudo estava se normalizando e seguia em ordem em Vila Velha. Seu filho Jasper governa a Cidade agora.

- Triste o que aconteceu com o velho Lewis. Espero que o garoto saiba governar assim como o pai. Vila Velha e os Hightower’s são importantes demais para cair nas mãos de um incompetente.

- Queremos o melhor para todos! O rapaz é mais velho que eu. Certamente governará bem.

- Hum... - A Senhora Venenosa parou de comer e pensou por um instante - Então está tudo em ordem, é? Interessante. Não há nenhum conflito no momento?

- Bom, tínhamos um pequeno conflito próximo à Vila Hewett. Mas enviei Margaery e ela intermediou a situação pra mim.

Olhou para a irmã para que ela explicasse o que houve.

- Sim, mãe. Está tudo sob controle agora. O Lorde Hewett acusava o Lorde Oakheart de invadir suas terras para roubar algumas cabeças de seu rebanho de gado. Mesmo negando as acusações e querendo acabar com esta história o mais rápido possível, Lorde Oakheart jurou que ninguém mancharia sua honra e continuaria vivo, ameaçando o Senhor Hewett. - Margaery deu uma pequena pausa e bebeu um pouco de vinho - Foi neste momento que um corvo foi enviado pra cá com uma carta explicando toda a situação. Magnus me enviou pra lá preocupado com o que poderia vir a acontecer. Reuni-me com os dois Lordes para que tudo fosse resolvido de maneira pacífica, pois já havia boatos de um possível conflito e esta é a pior coisa que queremos neste momento. Lorde Hewett exigia que o rebanho furtado fosse devolvido ou que fosse pago o valor como compensação, enquanto L. Oakheart afirmava que não havia roubado nada e que tinha provas para sua defesa. No final, após uma longa reunião entre os Lordes, eu, seus castelões e meistres, descobrimos que foi um grupo de saqueadores selvagens provenientes de Dorne que estavam fazendo arruaça na Campina. Expliquei toda a situação pra Magnus e ele autorizou nós cedermos uma quantidade de animais como reparação. Após isso, os dois se acertaram.

- Ressarci-lo do gado roubado era o certo a se fazer - reforçou Magnus.

- Dois homens adultos a ponto de se matarem por meia dúzia de animais! - Disse Janna, alarmada - Não me surpreendo de Aegon I ter nos adestrado feito cachorros. Mais animais ainda são estes dorneses selvagens! Aconselhei seu pai várias vezes para matar qualquer um que se aproximasse da Campina, mas ele não o fez.

- Matar dorneses não faria com que os saques acabassem. – Magnus havia se irritado – Aliás, são casos isolados. Sabemos que a Casa Martell não apoia mais estas atitudes.

- Não apoia pelo que nós sabemos, meu filho. Continuo não confiando neles. Nunca vou confiar...

A conversa prosseguiu por mais alguns minutos quando Meistre Edd entrou pela porta apressado. Trazia um pergaminho em suas mãos.

- Lorde Magnus! – Chamou o velho meistre – Desculpe incomodá-lo logo cedo. Mas tenho más notícias vindas de Porto Real.

Magnus pegou o pergaminho da mão do meistre e notou que havia o selo Oficial da Casa Targaryen. O Dragão de três cabeças.

“Nada vindo deste lugar é bom” , pensou Magnus.