Capitulo I - A Fogueira
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Capitulo I - A Fogueira
Capitulo I - A Fogueira
Cassandra Tully
O alvorecer irradiava o quarto com pequenos feixes que adentravam através da cortina, a calmaria veio ao meu coração, R’hllor havia ouvido minhas orações que clamavam pelo dia e este raiol novamente. Abri o restante das cortinas do meu quarto para aproveitar o pouco do calor que emanava da luz. Era um deleite senti-lo tocar minha pele tão suavemente. Afinal, em Braavos o calor era muito eminente do que calor nas Terras Fluviais a qual era uma região cercada de rios e árvores, um clima ameno.
Ao invés de me sentar na frente da penteadeira, deixei minha cadeira de frente para janela enquanto minha dama de companhia penteava os meus cabelos, eu não me lembrava do seu rosto antes em Correrrio, mas ao chegar a primeira vez no meu quarto ela me contou que era uma bastarda pela parte dos Bracken, o cabelo castanho claro era notável para sua descendência; seu nome era Dayse Rivers, era dama de companhia antes de Lysa Frey e depois de minha prima Olya Tully.
-M’lady, gostaria de algum penteado? - Perguntou a jovem graciosamente.-Não há necessidade. Deixe-os solto com a tiara. - Fiz uma pausa. - Agradou-lhe a celebração da noite passada?
-Sim. Uma festividade muito bonita.
-Alguém agradou seus olhos? - Perguntei por curiosidade.
Um sorriso envergonhado e uma risada maliciosa surgiram por entre seus lábios.
-Por que a pergunta, m’lady?
-Não quer se casar? Ser uma senhora de alguém e não ser apenas uma bastarda que serve os outros?
-Agrada-me te servir…
-Não mintas. Não para mim. - Disse me levantando da cadeira. - Sei que almejas algo. Todos nós almejamos e realizamos, seja em sonhos ou em planos reais.
-O meu está mais para sonho. - Ela fez um pausa enquanto colocava a cadeira no lugar. - Mas o que interessa os meus sonhos para ti, m’lady? Sou fruto de uma noite de diversão de um lorde com uma dama de sua senhora. - Continuou ela separando meu vestido.
-Eu vivi por cinco anos sem ter uma dama para escovar os meus cabelos, separasse as minhas vestimentas, trouxesse meu desjejum. - Disse me despindo para que ela me ajudasse com o vestido.
Ela parou, assustou-se ao se deparar com as minhas cicatrizes, tentou seguir em minha direção com os vestidos em mãos, mas ficou paralisada tentando disfarçar o que havia acabado de sentir ao olhá-las.
-É o meu passado, Rivers. - Disse em tom sereno. - Mas não são elas quem dizem o que eu sou. - Continuei seguindo em sua direção. - Eu sou o que sou, porque há luz em mim. -Por que a pergunta, m’lady?
-Não quer se casar? Ser uma senhora de alguém e não ser apenas uma bastarda que serve os outros?
-Agrada-me te servir…
-Não mintas. Não para mim. - Disse me levantando da cadeira. - Sei que almejas algo. Todos nós almejamos e realizamos, seja em sonhos ou em planos reais.
-O meu está mais para sonho. - Ela fez um pausa enquanto colocava a cadeira no lugar. - Mas o que interessa os meus sonhos para ti, m’lady? Sou fruto de uma noite de diversão de um lorde com uma dama de sua senhora. - Continuou ela separando meu vestido.
-Eu vivi por cinco anos sem ter uma dama para escovar os meus cabelos, separasse as minhas vestimentas, trouxesse meu desjejum. - Disse me despindo para que ela me ajudasse com o vestido.
Ela parou, assustou-se ao se deparar com as minhas cicatrizes, tentou seguir em minha direção com os vestidos em mãos, mas ficou paralisada tentando disfarçar o que havia acabado de sentir ao olhá-las.
-Perdão m’lady. Mas senhorita fala sobre coisas que não compreendo.
-Encontre-me próximo a masmorra e lhe mostrarei. - Disse me aproximando dela. - Mas me responda… - Fiz uma pausa enquanto passava o vestido por cima de meu corpo. - Está apaixonada?
-Estou sim, m’lady… - Respondeu ela abotoando meu vestido. - Mas acredito que ele tenha olhos para outra moça.
Axel Tully era o seu amado e eu já sabia, os sussurros, as conversas interrompidas entre eles, os olhares trocados durante as ceias e pelos corredores. A outra dama já havia colocado a semente em minha cabeça sobre esta história, assim como Elmor que ao ver que Axel estava se aproximando. Ninguém havia me contado sobre o que havia acontecido, porém, era notável que eles estavam vivendo um romance até a minha chegada.
-Ela é bela?
-Sim, senhora. - Disse com a voz trêmula.
-Pode ir. - Dispensei. - Peça que Cedric, o meu escudeiro, deixe minha espada e minha mala prontas para mais tarde.
Senti-me culpada pelo coração que havia sido dilacerado. Entretanto, um dia esse dia chegaria para ela, mesmo que eu negasse quando me perguntavam eu mantinha a esperança que eu voltaria a colocar meus os pés em Correrrio. E Axel estaria me esperando, como realmente ele me esperou no portão desde o nosso último beijo antes que me tirassem da masmorra. Estávamos apaixonados. E eu havia me esquecido disso, mas ele não.
Deixei que ela partisse por alguns instantes para que eu pudesse me encontrar no grande salão com os meus irmãos, pois ficaríamos ouvindo as questões da população. Sentei-me ao lado de Edward, por pedido dele, na cadeira que seria de sua esposa no alto assento, já Elmor se colocava ao lado de pé como cavaleiro que era.
Os casos começaram pequenos, casos de furtos, falta de comida, consertos para casas e comércios. Até que veio a nós, foi um homem que era mercador, insultava a esposa que havia engravidado e tido um bebê antes do tempo estimado, indagava se a criança era mesmo dele já que ele estava, pois para ele além do tempo, a criança não se parecia com ele e nem com os outros filhos. A mulher com o pequenino nos braços, mantinha-se de cabeça baixa, escondendo o rosto de vergonha e lágrimas.
Fitei a todos os presentes, que pareciam julgar a mulher até mesmo de ouví-la, sendo assim, Edward interveio e questionou a moça para que ela se defendesse das acusações feitas pelo marido.
-Juro pela vida do meu filho e pelos Sete que não dormi com outro homem a não ser meu marido. A criança é mirrada e fraca, vejam, dei a luz antes do tempo.
Segurei a mão de meu irmão e pedi permissão para que eu pudesse me aproximar da criança.
-O que vai fazer? - Sussurrou ele em meu ouvido.
-Torná-lo justo perante a todos.
Ele consentiu a permissão. Levantei-me e segui até a moça. Peguei a criança em meus braços e voltei para o meu assento, seria o tempo para que o bebê sentisse falta de sua mãe e acordasse. Ao me sentar o bebê abriu os olhos e o Senhor da Luz me mostrou a verdade perante a paternidade daquele menino. Este era filho do mercador. A mulher dizia a verdade.
-Veja meister o bebê é fraco e pequeno - Mostrei ao meister ao meu lado. - Você foi abençoado antecipadamente e está injuriando sua própria esposa.
-Está feito. - Confiou Edward em minha palavra. - A Mãe o abençoou antecipadamente com vida de seu filho e de sua esposa ainda viva. Vá e trate esta criança como teu filho e esta mulher como tua esposa. E principalmente agradeça a Mãe.
O homem parecia indignado com a situação, mas assentiu a ordem vindo de Edward e saiu do Grande Salão com a esposa e filho.
-Espero que tenha dito a verdade e não apenas para proteger a mulher. - Sussurrou ele em meu ouvido.
-Há muitas coisas que podemos ver pelos os olhos, meu irmão.
Este foi o último caso do dia. Edward seguiu para ajudar a reconstruir uma antiga ferraria para que novos ferreiros que estavam de mudança pudessem se instalar. Eu segui para meu encontro com Cedric, um jovem de catorze anos que passou a me acompanhar depois que cheguei, filho de um dos ferreiros que havia acabado de chegar em Correrrio. O jovem sonhava em ser cavaleiro, sendo assim, ele queria pertencer a Elmor, mas este já está com Marcel desde que eram crianças, contentou-se comigo que não começo não se agradou muito.
-Cedric, ajude-me a vestir a malha.
Eu era dura com ele muitas vezes, mas ele precisava entender o que era ser um cavaleiro desde jovem. Eu não era mãe dele, muito menos sua amiga, eu era sua senhora, portanto, ele deveria saber servir para que um dia fosse servido por outro que fosse como ele.
-Está cansado? - perguntei.
-Não, m’lady. - Respondeu ele prontamente
-Espero que não esteja mentindo. Pois quando a guerra chegar, não terá tempo para descansar.
Ele se manteve calado segurando minha espada, eu tomei das mãos dele e segui para o pátio para me encontrar com Axel e Elmor que me aguardavam. Entretanto apenas Axel me aguardava, Elmor havia sido convocado para ajudar Edward com as reconstruções.
-Um momento a sós com minha senhora. - Disse Axel tirando a espada da bainha.
-Surpreende-me tanta felicidade por ganhar uma cicatriz nova. - Disse
-Está disposta a me machucar?
Senti que nos observavam, não demorou muito para eu notar que as damas estavam todas enfileiradas nos observando, alguns risinhos soaram, outras comentavam, mas Dayse parecia quieta e apreensiva.
-Não sabia que era tão notável entre minhas damas.
-Não fazem meu gosto. - Disse ele. - Mas você sabe do que eu gosto. - Havia malícia em seus lábios.
Nossas espadas tilintavam com maestria, ele estava bem mudado, sua luta era digna e limpa, porém, o que havia de malícia nos lábios, lhe faltava em seus movimentos, ele não conseguia me fazer as duas mãos e estava cada vez mais nervoso por trazer olhares atenciosos a luta, que antes era apenas um treino, tornou-se uma luta para entretenimento.
-Faça-me usar as duas mãos Axel! - Gritei, provocando risos entre os homens.
Ele não me respondeu, apenas sorriu graciosamente e venho em minha direção, nossas espadas voltaram a se encontrar, ele abriu para cima e eu vi a oportunidade de chutá-lo na altura entre a barriga e o peito. Axel perdeu o equilíbrio e caiu contra o chão. Eu subi em cima dele, soltei minha espada e o prendi pelas mãos.
-Parem já! - Gritou o meister. - Seu irmão precisa da senhora. - Disse ele se aproximando. - E do senhor também, Axel.
-Cedric! Recolha minhas armas! - gritei com o rapazinho.
Levantei-me prontamente e estendi minha mão para ajudar Axel a levantar. Ele sorriu novamente para mim e sussurrou em meu ouvido.
-Desde aquele dia, eu pensei em você todos os dias.
Eu fingi que nada tinha escutado, por mais que meu coração tenha reagido de modo estranho. Continuei a seguir para encontrar meu irmão, Axel que seguia ao meu lado permanecia em dizer coisas:
-Você foi a minha primeira mulher em todos os sentidos.
-Mas não fui a única nestes anos sozinho. - Respondi acelerando os passos.
-Achei que tivesse morrido. Não sabia que iria voltar!
-Por que não foi atrás de mim, então? - Parei por um instante o encarando. - Por que não me seguiu em Braavos? Você disse que faria quando pudesse! Disse que iria ficar comigo!
-Quero tê-la como esposa se teu irmão permitir. - Suas mãos tocaram o meu rosto. - Lutarei se for preciso para ter a sua mão.
-Não preciso que ninguém lute por mim. - Disse. - Se te atormentas tanto essa paixão que eu me vá para que viva em paz com a tua meretriz.
-Sente ciúmes, m'lady?
-Cassandra! - Era a voz de Edward. - Axel!
-Nosso Lorde nos chama. - Disse para que ele me soltasse.
Ao chegarmos nos deparamos com dois comerciantes, um deles segurava uma jovem moça inconsciente em seus braços, sua respiração estava fraca e seu corpo coberto de sangue. Olhei os ferimentos os quais pareciam profundos. Ela estava praticamente nua, seu vestido não existia, era apenas um pano rasgado junto com um cobertor para que os mercadores haviam usado para que ela não ficasse exposta.
-Ela tem aparência de boa família. Devem cuidar dela. - Disse o mercador que a segurava.
-Pode colocá-la em meu quarto. - Sugeri.
Dois soldados se juntaram e a pegaram para levá-la ao meu quarto junto com uma de minhas damas e o meister.
-Não vamos descobrir nada por agora, apenas a ajudem a se recuperar até que possa nos falar o que aconteceu. - Disse Edward para nos calarmos antes começássemos os questionamentos. - Vamos subir, preciso falar a sós com vocês três.
R’hllor trouxe a memória de minha visão, os dragões batalhando após a morte do grande dragão, quando vi a apreensão nos olhos do meu irmão entendi o que eu havia visto entre as chamas. Eu vi a morte de Rei Jaehaerys estava morto e uma guerra entre os Targaryen nos renderia uma divisão de ideais, nos renderia uma guerra. E as Terras Fluviais novamente seria cenário de sofrimento e sangue.
- Spoiler:
Cassandra Tully- Senhor de Correrrios e do Tridente
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Re: Capitulo I - A Fogueira
Edward Tully
Eu li a carta em voz alta, o eco passou por todo ambiente tão forte que os servos curiosos que estavam atrás da porta não fizeram nenhum esforço para ouvirem que o Rei havia sido assassinado.
Cassie esteve estranha por toda leitura, quando finalizei ela apenas me olhou friamente e permaneceu calada. Tremi ao olhar sua feição. Não sei bem o que estava acontecendo com ela, mas seus olhos pareciam ter mudado de cor, ou até mesmo de formato. Eu não sabia dizer com precisão o que minha irmã estava fazendo, mas sabia que o que ela estava causando. E era medo. Medo porque pela primeira vez eu vi o quanto os cinco anos nos fizeram tão distantes a ponto de eu não reconhecer as atitudes e os dizeres de minha irmã.
Axel estava perdido em seus pensamentos, seus olhos vagueavam de um canto ao outro pelo chão como se estivesse procurando algo, parou os olhos em minha irmã e rubrou o rosto, seu peito estufava a cada respiração e aos poucos tornava ainda mais rápida e forte. O envolvimento de meu primo com a minha irmã era preocupante, se fossem tempos de paz eu daria a bênção para que eles pudessem viver em amor, entretanto uma guerra estava prestes a surgir e as Terras Fluvias é a região onde há sangue e desova de soldados. Precisávamos de aliados para nos manter, por mais que o castelo fosse forte, tínhamos nossos vassalos para apoiar e defender desta batalha. E não seria um casamento entre primos que nos salvaria, seria casando minha irmã com outro Lorde. E Axel reconhecia que ele havia perdido muito tempo desde a chegada Cassie para vir pedir minha bênção.
-Dê a bênção. - Suplicou ele. - Dê a bênção para que eu me case com Cassandra.
-Não. - Respondi prontamente. - E eu espero que entenda.
Elmor não costumava opinar sobre os assuntos, sempre foi um bom ouvinte, mas desta vez eu ouvi sua voz:
-Devemos manter Cassandra solteira. Precisamos de aliança!
-Estou velha para casamentos, nenhum Lorde se encantará por mim. - Replicou ela.
-Nós vamos a Porto Real. - Disse alterando minha voz. - Eu e você, Cassandra. - Expliquei. - Estando entre as mais nobres casas. Eu te faço uma promessa. Se nenhum Lorde se encantar por você, quando voltarmos, voltará noiva de Axel Tully. Mas se pelo menos um Lorde deseja-la, saiba que a tua mão será entregue àquele lhe agradar entre eles. - Fiz uma pausa para beber um pouco de vinho. - E se recomponha, Axel. Teu amor por minha irmã surgiu no alto de sua mocidade aos quinze anos, esse sentimento não é fogo grande, é fogo de palha, fácil de apagar.
-E o teu apagou por Olya? - Indagou Axel desafiando-me.
-Lembre que sou teu Lorde. - Alterei o tom de voz. - Se repetir novamente este assunto te rebaixo e nunca mais aparecerá em nenhuma reunião.
-Peço permissão para me retirar, m'lord. - Disse Axel com olhos vermelhos e tomados pela raiva.
-Permissao negada. Não terminei de falar. - Fiz uma pausa para mais um gole. - Como já comuniquei, eu e Cassandra iremos a convocação em Porto Real. Portanto, Elmor ficará em meu lugar e você, Axel, espero que sirva o meu irmão, como me serve.
-Sim, m'lord. - Disse ele ainda contrariado.
-Partiremos amanhã de manhã. - Respirei fundo. - Podem ir. - Dispensei-os.
Minhas palavras serviram de espadas contra sentimento de meu primo, senti sua dor em certos momentos, entretanto eu como Protetor do Tridente, não podia ceder em colocar em risco uma região, e principalmente a minha liderança e a soberania de nossa Casa, com um casamento sem objetivo. Sendo assim, antes ele irado comigo do que todos os meus vassalos. O casamento não ser benéfico as Terras Fluviais. Os lordes não me deixariam descansar, mesmo que a sete palmos da terra, se isso refletisse durante a batalha que iremos enfrentar.
Entretanto, Cassandra não era mais pura, havia sido violada em Essos e também se envolveu conscientemente com outros homens. E isso era nítido. Pois o seu corpo refletia a transformação de toda mulher após a primeira vez. O que eu mais temia era sua fertilidade, os informantes diziam que ela sempre tomava chás para que não viesse a ter uma criança indesejada. Porém, temi que isso pudesse trazer infertilidade a ela, tornando difícil o relacionamento com o seu futuro esposo.
Olhei para o copo vazio e segui pelos corredores até achar o grande tapete que minha mãe havia bordado com todos nós, Olya e Axel também estavam bordados nele. .Ao olhar e perceber cada detalhe, senti falta dela e do tempo em que éramos crianças. Minha realidade era totalmente do que eu sonhava quando ela terminou o bordado, era utópica, pois sonhava em morrer em batalha para que meu irmão fosse o Lorde herdeiro porque dentro de mim, não havia certezas, apenas inseguranças por tamanhas responsabilidadese que é herdaria.
Passei pelo quarto de Cassandra, onde a jovem encontrada pelos mercadores ainda estava descansando e sendo tratada, perguntei ao meister como ela estava e elé informou:
-Irá ficar bem. A respiração ainda está forte e o seu coração também.
Tomei rumo ao meu quarto para descansar antes da ceia, iria colocar meus pensamentos em ordem para organizar todo o castelo antes da minha partida; entretanto, ao chegar em meu quarto fui surpreendido por uma bela moça nua debruçada sobre a cama, eu a reconhecia de algum lugar. Os cabelos e olhos castanhos pertenciam a jovem da festa pós funeral do meu pai, havia a visto poucas vezes após o nosso encontro.
Diferente da outra vez, eu não a neguei, decidi por mim que descansaria depois de sentir um pouco de prazer.
Eu li a carta em voz alta, o eco passou por todo ambiente tão forte que os servos curiosos que estavam atrás da porta não fizeram nenhum esforço para ouvirem que o Rei havia sido assassinado.
Cassie esteve estranha por toda leitura, quando finalizei ela apenas me olhou friamente e permaneceu calada. Tremi ao olhar sua feição. Não sei bem o que estava acontecendo com ela, mas seus olhos pareciam ter mudado de cor, ou até mesmo de formato. Eu não sabia dizer com precisão o que minha irmã estava fazendo, mas sabia que o que ela estava causando. E era medo. Medo porque pela primeira vez eu vi o quanto os cinco anos nos fizeram tão distantes a ponto de eu não reconhecer as atitudes e os dizeres de minha irmã.
Axel estava perdido em seus pensamentos, seus olhos vagueavam de um canto ao outro pelo chão como se estivesse procurando algo, parou os olhos em minha irmã e rubrou o rosto, seu peito estufava a cada respiração e aos poucos tornava ainda mais rápida e forte. O envolvimento de meu primo com a minha irmã era preocupante, se fossem tempos de paz eu daria a bênção para que eles pudessem viver em amor, entretanto uma guerra estava prestes a surgir e as Terras Fluvias é a região onde há sangue e desova de soldados. Precisávamos de aliados para nos manter, por mais que o castelo fosse forte, tínhamos nossos vassalos para apoiar e defender desta batalha. E não seria um casamento entre primos que nos salvaria, seria casando minha irmã com outro Lorde. E Axel reconhecia que ele havia perdido muito tempo desde a chegada Cassie para vir pedir minha bênção.
-Dê a bênção. - Suplicou ele. - Dê a bênção para que eu me case com Cassandra.
-Não. - Respondi prontamente. - E eu espero que entenda.
Elmor não costumava opinar sobre os assuntos, sempre foi um bom ouvinte, mas desta vez eu ouvi sua voz:
-Devemos manter Cassandra solteira. Precisamos de aliança!
-Estou velha para casamentos, nenhum Lorde se encantará por mim. - Replicou ela.
-Nós vamos a Porto Real. - Disse alterando minha voz. - Eu e você, Cassandra. - Expliquei. - Estando entre as mais nobres casas. Eu te faço uma promessa. Se nenhum Lorde se encantar por você, quando voltarmos, voltará noiva de Axel Tully. Mas se pelo menos um Lorde deseja-la, saiba que a tua mão será entregue àquele lhe agradar entre eles. - Fiz uma pausa para beber um pouco de vinho. - E se recomponha, Axel. Teu amor por minha irmã surgiu no alto de sua mocidade aos quinze anos, esse sentimento não é fogo grande, é fogo de palha, fácil de apagar.
-E o teu apagou por Olya? - Indagou Axel desafiando-me.
-Lembre que sou teu Lorde. - Alterei o tom de voz. - Se repetir novamente este assunto te rebaixo e nunca mais aparecerá em nenhuma reunião.
-Peço permissão para me retirar, m'lord. - Disse Axel com olhos vermelhos e tomados pela raiva.
-Permissao negada. Não terminei de falar. - Fiz uma pausa para mais um gole. - Como já comuniquei, eu e Cassandra iremos a convocação em Porto Real. Portanto, Elmor ficará em meu lugar e você, Axel, espero que sirva o meu irmão, como me serve.
-Sim, m'lord. - Disse ele ainda contrariado.
-Partiremos amanhã de manhã. - Respirei fundo. - Podem ir. - Dispensei-os.
Minhas palavras serviram de espadas contra sentimento de meu primo, senti sua dor em certos momentos, entretanto eu como Protetor do Tridente, não podia ceder em colocar em risco uma região, e principalmente a minha liderança e a soberania de nossa Casa, com um casamento sem objetivo. Sendo assim, antes ele irado comigo do que todos os meus vassalos. O casamento não ser benéfico as Terras Fluviais. Os lordes não me deixariam descansar, mesmo que a sete palmos da terra, se isso refletisse durante a batalha que iremos enfrentar.
Entretanto, Cassandra não era mais pura, havia sido violada em Essos e também se envolveu conscientemente com outros homens. E isso era nítido. Pois o seu corpo refletia a transformação de toda mulher após a primeira vez. O que eu mais temia era sua fertilidade, os informantes diziam que ela sempre tomava chás para que não viesse a ter uma criança indesejada. Porém, temi que isso pudesse trazer infertilidade a ela, tornando difícil o relacionamento com o seu futuro esposo.
Olhei para o copo vazio e segui pelos corredores até achar o grande tapete que minha mãe havia bordado com todos nós, Olya e Axel também estavam bordados nele. .Ao olhar e perceber cada detalhe, senti falta dela e do tempo em que éramos crianças. Minha realidade era totalmente do que eu sonhava quando ela terminou o bordado, era utópica, pois sonhava em morrer em batalha para que meu irmão fosse o Lorde herdeiro porque dentro de mim, não havia certezas, apenas inseguranças por tamanhas responsabilidadese que é herdaria.
Passei pelo quarto de Cassandra, onde a jovem encontrada pelos mercadores ainda estava descansando e sendo tratada, perguntei ao meister como ela estava e elé informou:
-Irá ficar bem. A respiração ainda está forte e o seu coração também.
Tomei rumo ao meu quarto para descansar antes da ceia, iria colocar meus pensamentos em ordem para organizar todo o castelo antes da minha partida; entretanto, ao chegar em meu quarto fui surpreendido por uma bela moça nua debruçada sobre a cama, eu a reconhecia de algum lugar. Os cabelos e olhos castanhos pertenciam a jovem da festa pós funeral do meu pai, havia a visto poucas vezes após o nosso encontro.
Diferente da outra vez, eu não a neguei, decidi por mim que descansaria depois de sentir um pouco de prazer.
Cassandra Tully- Senhor de Correrrios e do Tridente
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Re: Capitulo I - A Fogueira
Cassandra Tully
A noite caía aos poucos escurecendo as últimas rajadas de sol, um misto de cores e tons pintavam o céu e as primeiras estrelas surgiam. O cheiro de peixe assado e ensopado sopravam por todo castelo. A movimentação entre os súditos era constante pelos corredores devido as arrumações para ceia e principalmente para viagem do dia seguinte. Ordens de chefes eram gritadas e passos rápidos soavam por todos os lugares, em contradição, nossos lábios se mantinham juntos em cada canto escondido do castelo e nossos pés deslizavam em fugas incessantes para que não fossemos vistos.
Era estranho. Quando voltei a Correrrio, eu nem ao menos havia o reconhecido, estava mais alto e emanava hombridade em seu corpo… em seu olhar. Não era mais o menino que havia passado a minha primeira noite a qual era apaixonada. Entretanto, ele despertou em mim tudo o que ainda se mantinha guardado. Todo o amor ainda estava vivo entre nós.
-Eu a amo, Cassie. - Foi exatamente o que ela havia dito um dia antes de eu ser exilada.Entre os beijos, ele sussurrou a declaração em meu ouvido, mesmo que não pudéssemos mais ser ouvidos, Axel sussurrou em meu ouvido para que eu não esquecesse deste momento. Olhei para ele e não o respondi. Apenas toquei seus lábios novamente aos meus e desabotoei sua camisa. Sem a camisa. Ele desviou seus lábios para o meu pescoço enquanto me segurava por debaixo do vestido, colocando-me bruscamente em cima de uma pequena mesa em seu quarto. Meu corpo todo estava ardente e tornava cada vez mais quente a cada beijo e a cada toque.Suas mãos era astutas e ligeiras, destrançaram os cordões de meu vestido facilmente, fazendo com que o vestido azul escuro e de detalhes pretos se desprendesse da parte de cima de meu corpo, deixando-me praticamente nua em tão pouco tempo sem nenhum rasgo em meu vestido. Desci meu corpo da mesa e o empurrei sobre a cama enquanto desamarrava o cordão de sua calça, ele pareceu um pouco surpreso pela minha atitude. Sentei por cima de seu corpo e o senti dentro mim. Movimentei-me levemente soltando suaves gemidos, porém, duas fortes batidas soaram na porta de seu quarto. Ele ergueu seu tronco rapidamente e colocou sua mão sobre meus lábios enquanto eu continuava o movimento, segurou-me pela cintura para perto de seu corpo e deixou que batessem mais duas vezes até que respondesse ofegante:
-Estou ocupado. Ele mantinha sua mão sobre minha boca para abafar meus gemidos que estavam cada vez mais intensos.
-Sou eu, Elmor.
Por alguns instantes, meu coração se descompassou e pensei em parar, mas estava muito instigante e eu não sabia qual seria minha próxima chance de estar com ele. Continuei. Estava intenso e estava vindo, eu não sabia quanto tempo eu aguentaria, e acreditava que nem ele estava conseguindo aguentar.
-Posso entrar? - Perguntou Elmor tentando empurrar a porta.
-Estou nu. - Ele fez uma pausa. - Já iremos nos ver na ceia. Mais… mais… mais tarde conversamos, Elmor.
-Está tudo bem? Parece meio triste.
-Eu estou, vo-você sabe, ah… como você sabe. - Disse ele enquanto passava sua mão entre meus cabelos.
-Eu entendo, meu irmão realmente foi muito duro com você. Ultimamente ele tem tido ações tão estranhas, acredito que esteja chateado com tudo o que tem acontecido.
Cravei minhas unhas em suas costas e senti uma contração em meu colo, estava vindo, intensamente, eu estava prestes, mas tinha que esperar.
-Bem, mas eu não vim somente para acompanhá-lo a ceia, vim para comunicar que Edward quer falar conosco novamente. Parece que um cavaleiro do Vale para buscar a moça encontrada pelos mercadores.
-Não se prenda a mim. - Respondeu Axel prontamente. - Irei me recompor em breve...
-Tudo bem. Até.
-Até. - Ele fez um pausa. - E Axel, avise Cassandra para que ela vá contar a garota que sobre o cavaleiro.
Quando os passos de Elmor soaram distantes da porta, eu deixei que fluísse e este enfim chegou em um orgasmo junto ao dele. Deitamos cada um de um lado da cama, aproveitei apenas aqueles últimos instantes de prazer até minha perna parar de adormecer. Levantei-me e comecei a me trocar. Ele ainda se manteve vagarosamente na cama, apenas me observando e amarrando sua calça.
-Como fez da última vez? - Perguntou ele.
-O que quer dizer? - Eu não havia entendido.
-A criança.
Dei um breve riso, amarrei meu vestido e disse:
-Não fiquei grávida de você. Não tenho bastardos espalhados por Essos.
-Isso quer dizer que…
-Quer dizer que eles não vingam por escolha minha. - Interrompi-o.
Seus olhos arregalaram.
-O que foi? - Continuei. - Preferia um bastardo? - Fiz uma pausa para colocar meus sapatos. - Não sou como a minha dama de companhia. Esta que pensa que esconde a barriga de grávida.
-Não é meu. - Disse ficando na defensiva
-Como sabe?
-Porque não fizemos isso.
Aproximei-me dele, ergui seu queixo com as minhas mãos para que eu pudesse olhar em seus olhos. Pedi a R’hllor que revelasse a verdade. E este revelou o verdadeiro pai da criança.
-Eu acredito em você. - Disse a ele.
Beijei-o antes de sair e parti para o meu quarto para informar a jovem sobre a chegada do cavaleiro do Vale. Durante o breve percurso, uma sensação estranha e inquieta veio ao meu coração. Quando adentrei em meu quarto, deparei-me com ela sozinha vagando perto da cama e próxima a porta, eu a segurei em meus braços e a fitei diretamente em seus olhos:
-Dor…
As lembranças dos meus estupros em Essos se tornaram vivas.
-Agonia…
Tão vivas que eu podia sentir…
-Ódio…
Mas não era mais meu corpo e muito menos meus agressores, era um rosto estranho e eu era ela.
-Nojo…
Todos os sentimentos eram os mesmos.
-Culpa…
As lágrimas começaram a rolar sobre o meu rosto sem que eu pudesse controlá-las:
-Dor. Agonia.Ódio. Nojo. Culpa. - Disse. - Dor! Agonia! Ódio! Nojo! Culpa! - Gritei aos prantos. - O que ele fez com você?!
-Lady Cassandra?! - Chamou o meister. - Está tudo bem?
O meister Deloy parecia assustado com o meu comportamento, a imersão dentro da visão provocada pelo Senhor da Luz, revelando-me a verdade sobre o acontecido com aquela jovem, fez com que eu ficasse aparentemente fora de mim.
-Diga ao Lorde Tully, meu irmão Edward, que este homem que se diz cavaleiro do Vale, cometeu um crime. - Fiz um pausa. - Este homem é quem deixou a jovem Lady Arryn para morrer.
-Sou eu, Elmor.
Por alguns instantes, meu coração se descompassou e pensei em parar, mas estava muito instigante e eu não sabia qual seria minha próxima chance de estar com ele. Continuei. Estava intenso e estava vindo, eu não sabia quanto tempo eu aguentaria, e acreditava que nem ele estava conseguindo aguentar.
-Posso entrar? - Perguntou Elmor tentando empurrar a porta.
-Estou nu. - Ele fez uma pausa. - Já iremos nos ver na ceia. Mais… mais… mais tarde conversamos, Elmor.
-Está tudo bem? Parece meio triste.
-Eu estou, vo-você sabe, ah… como você sabe. - Disse ele enquanto passava sua mão entre meus cabelos.
-Eu entendo, meu irmão realmente foi muito duro com você. Ultimamente ele tem tido ações tão estranhas, acredito que esteja chateado com tudo o que tem acontecido.
Cravei minhas unhas em suas costas e senti uma contração em meu colo, estava vindo, intensamente, eu estava prestes, mas tinha que esperar.
-Bem, mas eu não vim somente para acompanhá-lo a ceia, vim para comunicar que Edward quer falar conosco novamente. Parece que um cavaleiro do Vale para buscar a moça encontrada pelos mercadores.
-Não se prenda a mim. - Respondeu Axel prontamente. - Irei me recompor em breve...
-Tudo bem. Até.
-Até. - Ele fez um pausa. - E Axel, avise Cassandra para que ela vá contar a garota que sobre o cavaleiro.
Quando os passos de Elmor soaram distantes da porta, eu deixei que fluísse e este enfim chegou em um orgasmo junto ao dele. Deitamos cada um de um lado da cama, aproveitei apenas aqueles últimos instantes de prazer até minha perna parar de adormecer. Levantei-me e comecei a me trocar. Ele ainda se manteve vagarosamente na cama, apenas me observando e amarrando sua calça.
-Como fez da última vez? - Perguntou ele.
-O que quer dizer? - Eu não havia entendido.
-A criança.
Dei um breve riso, amarrei meu vestido e disse:
-Não fiquei grávida de você. Não tenho bastardos espalhados por Essos.
-Isso quer dizer que…
-Quer dizer que eles não vingam por escolha minha. - Interrompi-o.
Seus olhos arregalaram.
-O que foi? - Continuei. - Preferia um bastardo? - Fiz uma pausa para colocar meus sapatos. - Não sou como a minha dama de companhia. Esta que pensa que esconde a barriga de grávida.
-Não é meu. - Disse ficando na defensiva
-Como sabe?
-Porque não fizemos isso.
Aproximei-me dele, ergui seu queixo com as minhas mãos para que eu pudesse olhar em seus olhos. Pedi a R’hllor que revelasse a verdade. E este revelou o verdadeiro pai da criança.
-Eu acredito em você. - Disse a ele.
Beijei-o antes de sair e parti para o meu quarto para informar a jovem sobre a chegada do cavaleiro do Vale. Durante o breve percurso, uma sensação estranha e inquieta veio ao meu coração. Quando adentrei em meu quarto, deparei-me com ela sozinha vagando perto da cama e próxima a porta, eu a segurei em meus braços e a fitei diretamente em seus olhos:
-Dor…
As lembranças dos meus estupros em Essos se tornaram vivas.
-Agonia…
Tão vivas que eu podia sentir…
-Ódio…
Mas não era mais meu corpo e muito menos meus agressores, era um rosto estranho e eu era ela.
-Nojo…
Todos os sentimentos eram os mesmos.
-Culpa…
As lágrimas começaram a rolar sobre o meu rosto sem que eu pudesse controlá-las:
-Dor. Agonia.Ódio. Nojo. Culpa. - Disse. - Dor! Agonia! Ódio! Nojo! Culpa! - Gritei aos prantos. - O que ele fez com você?!
-Lady Cassandra?! - Chamou o meister. - Está tudo bem?
O meister Deloy parecia assustado com o meu comportamento, a imersão dentro da visão provocada pelo Senhor da Luz, revelando-me a verdade sobre o acontecido com aquela jovem, fez com que eu ficasse aparentemente fora de mim.
-Diga ao Lorde Tully, meu irmão Edward, que este homem que se diz cavaleiro do Vale, cometeu um crime. - Fiz um pausa. - Este homem é quem deixou a jovem Lady Arryn para morrer.
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Re: Capitulo I - A Fogueira
Edward Tully
O homem ferido com brasão dos Arryn adentrou o salão carregado por dois soldados a mando de Edward. Por mais que ele estivesse ferido, os cuidados necessários não foram tomados, até Edward ouvir sua história, ouvir que foram roubados e feridos pela estrada, detalhou exatamente cada acontecimento e ainda falou sobre a jovem moça encontrada pelos mercadores, esta que seria a prima mais nova do Lorde Arryn, Andyl Arryn. Perguntou sobre ela, mas Edward hesitou em falar, pois não tinha certeza do estado na moça que poderia estar pior do que como havia chegado, queria ter certeza de que a moça estava acordada e sã para que confirmasse a história o cavaleiro ferido, ou melhor, de Sor Rolly.
-Meistre Deloy, veja se a Lady Andyl está em condições físicas de vir ao nosso encontro com a ajuda de Lady Tully.O meistre seguiu em direção aos quartos enquanto todos aguardavam, o cavaleiro tentava disfarçar, mas estava incomodado com o ferimento que não estava estancando em seu braço. Edward não se deixou levar pelos gemidos de dor que ele emitia toda vez que movimentava o braço, queria ouvir da jovem se ela o conhecia e se era mesmo o cavaleiro do Vale.
Deloy voltou sozinho, prontamente, seguiu em direção a Edward e sussurrou em seu ouvido:
-Lady Andyl confirmou para Lady Tully que o conhece, entretanto, ela afirma que foi ele quem a violentou e matou os demais soldados do Vale. - Ele pigarreou. - Desculpa, m’lorde. - Continuou. - Lady Tully se propôs a proteger a jovem lady. Um gosto amargo veio a boca de Edward, engoliu a seco, passou a mão em seu próprio rosto e deu dois leves tapas nas costas de seu irmão Elmor que estava ao seu lado, sorriu para ele e ordenou que levassem o cavaleiro para os cuidados médicos do outro lado do castelo onde meistre Deloy se mantinha. E quando cavaleiros conduziram Sor Rolly aos aposentos do meistre. Edward segurou Elmor pelo braço e sussurrou em seu ouvido:
-Meu irmão, peço que mantenha sua atenção neste cavaleiro e não permita que ele se aproxime da garota até que Axel volte com a resposta.Elmor assentiu com a cabeça e seguiu com alguns homens até área onde meistre Deloy se resguardava e estudava.
E antes que Axel corresse a procura de Cassandra novamente, Edward o puxou levemente pelo pescoço e disse a ele:
-Tu tens um favor a cumprir. - Ele fez uma pausa. - Antes que volte a afogar essa sua cara de tonto nos seios da minha irmã, quero que pegue suas coisas e siga em busca do Lorde Arryn, que está na estrada para Porto Real, levará uma carta que deverá ser respondida por ele a próprio punho para ciência do julgamento deste homem que agora, passará ser nosso criminoso. - Ordenou ele. - E se estou lhe ordenando isso é porque tenho confiança em você, Axel.
Edward segurou o rosto do primo com as duas mãos e o deixou ir para arrumar suas coisas para a partida. Saiu do salão e seguiu para o seu quarto onde repousaria sua pena sobre o papel para escrever uma carta ao Lorde Arryn nesta situação tão difícil que encontrava. Não podia deixar que o cavaleiro percebesse que estava sendo vigiado e nem ao menos que este seria julgado o mais rápido possível, pois a Casa Tully estava atrasada para a partida a Porto Real.
Ao terminar a carta, entregou-a nas mãos de seu primo Axel que seguiu para fora do castelo em seu cavalo. Axel tinha o cavalo mais rápido de todas as Terras Fluviais, as corridas organizadas por diversões eram prova disso. E por essa razão, Edward o escolheu para levar a carta ao Lorde e assim evitar qualquer confronto que pudesse desenvolver entre os Lordes.
-Tenha cuidado - Disse ele enquanto abraçava seu primo. - Família, dever e honra.
-Família, dever e honra. - Respondeu Axel.
-Tu tens um favor a cumprir. - Ele fez uma pausa. - Antes que volte a afogar essa sua cara de tonto nos seios da minha irmã, quero que pegue suas coisas e siga em busca do Lorde Arryn, que está na estrada para Porto Real, levará uma carta que deverá ser respondida por ele a próprio punho para ciência do julgamento deste homem que agora, passará ser nosso criminoso. - Ordenou ele. - E se estou lhe ordenando isso é porque tenho confiança em você, Axel.
Edward segurou o rosto do primo com as duas mãos e o deixou ir para arrumar suas coisas para a partida. Saiu do salão e seguiu para o seu quarto onde repousaria sua pena sobre o papel para escrever uma carta ao Lorde Arryn nesta situação tão difícil que encontrava. Não podia deixar que o cavaleiro percebesse que estava sendo vigiado e nem ao menos que este seria julgado o mais rápido possível, pois a Casa Tully estava atrasada para a partida a Porto Real.
Ao terminar a carta, entregou-a nas mãos de seu primo Axel que seguiu para fora do castelo em seu cavalo. Axel tinha o cavalo mais rápido de todas as Terras Fluviais, as corridas organizadas por diversões eram prova disso. E por essa razão, Edward o escolheu para levar a carta ao Lorde e assim evitar qualquer confronto que pudesse desenvolver entre os Lordes.
-Tenha cuidado - Disse ele enquanto abraçava seu primo. - Família, dever e honra.
-Família, dever e honra. - Respondeu Axel.
- Carta ao Lorde Noah Arryn:
- Caro Lorde do Ninho da Águia, Defensor do Vale e Protetor do Leste, Noah Arryn.
Eu, Edward Tully, Lorde de Correrrio e Protetor do Tridente, comunico que está sobre a minha guarda a jovem Lady Andyl Arryn, esta que foi encontrada na estrada por mercadores coberta de sangue e com o corpo violado. Não somente ela está sobre nossa proteção, como Sor Rolly que veio ao nosso encontro tempo depois que encontramos sua prima. Entretanto, Lady Andyl Arryn que está sã, acusa-o de tê-la machucado e violado o seu corpo, ela afirma que Sor Rolly foi quem matou os dois soldados e tentou matá-la após forçá-la. Sendo assim, ambos que estão em meu castelo e o acontecimento foi em minhas terras, comunico que Sor Rolly será julgado em breve. O que solicito é seja neutro durante o julgamento que estamos a fazer para resolver está situação e que independente do veredito seja dado ao Sor Rolly, que este seja aceito. Levaremos Andyl conosco ao seu encontro em Porto Real, acaso venha buscá-la, informar em sua carta sobre. Saudações. Lorde Edward Tully.
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Re: Capitulo I - A Fogueira
Cassandra Tully
Era uma noite gélida. A brisa fria me cortava sutilmente a maçã do rosto enquanto as preces a R’hllor eram sopradas por entre os meus lábios em direção ao pouco de lenha que segurava. Uma grande chama surgira. A fogueira estava pronta. Só restava aguardar.
Passos vagarosos em meio a solo úmido e gramado soaram. Deparei-me com o seu irmão mais novo, Elmor. Desde a minha chegada Elmor estava distante, vagueava pelos cantos, mas evitava fitar em meus olhos, mal tínhamos um conversa. Estava sempre inquieto com a minha presença pelo castelo.
-Por que faz uma fogueira todas as noites? - Indagou ele.
-Porque a noite é escura e cheia de terrores.
-O que aconteceu com a minha irmã?
-Está à frente.
-Estou me referindo a Lady Cassandra Tully.
-Nem você é o mesmo, Elmor. - Argumentei. - Você não tem mais treze anos, é um homem, um cavaleiro. Eu também mudei. Com tudo que vivi exilada e com o que todos dizem por aí de mim, você deveria saber que eu também mudei.
-Você não oferece mais nada a Mãe, não realiza mais preces aos Sete. Está sempre se esgueirando à noite e acendendo fogueiras altas…
-Porque pertenço a R’hllor, o Senhor da Luz, aquele enviará o prometido e nos salvará do inverno eterno que os Starks sempre anunciam.
-Você não está mais exilada! Você é uma Lady agora! VOCÊ É LADY CASSANDRA TULLY!
-Eu sou Lady Cassandra Tully e nunca irei negar meus deveres, mas não sou apenas esse título, seu merdinha. Não é só porque é meu irmão homem que pode gritar comigo. Edward é meu lorde, você não.
-Você me deve respeito…
A chama estava alta, as suas cores ultrapassaram a fortaleza do castelo, quebrando a brisa fria que os envolvia acalorando nossos corpos e principalmente nossos sentimentos. Entretanto, a discussão foi interrompida pelo anúncio de um dos guardas. Uma movimentação diferente tomava conta do castelo tarde da noite.
Axel estava adentrando o pátio com a carta assinada pelo Lorde Arryn em mãos autorizando a morte de Sor Rolly pelas mortes e estupro de Lady Andyl Arryn. Os soldados correram para agir conforme as ordens deixadas previamente por Edward.
Em uma pequena cela, antes de todos chegarem, Edward pediu para que eu o acompanhasse até o local e me trouxe um questionamento peculiar:
-Você já puniu alguém?
-Algumas vezes…
-Quero que fique com essa responsabilidade nesta noite. - Disse ele. - Não aguento mais esses povos praticando seus atos em nossas terras. E o que ele fez com a garota. A morte será algo muito simples a ele. Faça o que quiser com ele. - Ele parecia cansado. - Depois o julgarei novamente lá fora e ele será queimado em sua fogueira. - Ele fez uma pausa. - Ofereça ao seu deus, quem sabe, este se faça mais presença que Os Sete nessas terras.
Consenti com a proposta.
-Família, dever e honra. - Disse.
-Família, dever e honra. - Respondeu ele beijando a testa de sua irmã.
Sor Rolly parecia não entender o que estava acontecendo, deu um sorriso surpreso ao ver a fogueira e perguntou para o que seria. Os soldados se mantiveram em volta dele para evitar fuga após o anúncio de Edward dentro da cela.
-Sor Rolly eu o julgo culpado pelos crimes de assassinato dos soldados da Casa Arryn e estupro de Lady Andyl Arryn, além de perseguição a mesma.. - Anunciou Lorde Edward.
Os soldados o cercaram e o agarram para detê-lo antes que ele tomasse qualquer atitude, o homem parecia um animal preso enquanto assistia sua presa na sua frente, debatia-se com ferocidade.
-Faça o que deve ser feito. - Permitiu Edward.
Tomei a frente com o meu bastão em mãos e observei meus soldados imobilizando o cavaleiro o qual gritava e xingava a todos, não se comportava como homem digno sequer de vestir qualquer brasão.
-Diga uma só palavra e eu…
-Vai fazer o que Lady Tully? Costurar minha boca enquanto inventa suas histórias de exílio, suas lutas, quando na verdade era apenas uma prostituta de um templo? Todos sabem! - Interrompeu-me.
Essa era a história que Lorde Tully espalhava sobre a própria filha enquanto estava exilada. Outrora eu estava morta, noutra estava doente, noutra era apenas serva e outras era uma prostituta de um templo.
-Acabou? - Perguntei mantendo o semblante sereno.
Um gosto amargo veio em minha boca. Apertei os lábios. E soltei um breve sorriso. Tantas coisas vieram em sua mente para dizer ou fazer com aquele que lhe provoca antes de morrer. Excitei-me com as ideias. Certamente, a morte seria a melhor saída para o seu crime. Mas e o sofrimento? O que ele fez com a jovem Lady Arryn, certamente não foi primeira vez e também não seria a última.Ele tinha que ser punido de alguma forma mais bruta.
-Eu deveria não só costurar só a boca, como também deixar que todos esses soldados te despisse e te deixasse imobilizado no chão, enquanto eu te rasgo ao meio com a minha espada. Eu deveria. - Fiz uma pausa - Na verdade eu quero que eles façam agora!
Os soldados lhe rasgaram as roupas, deixando-o completamente nu.
-Está muito tenso, Sor Rolly. - Disse em tom de zombaria.
Ele encostou no canto da cela cobrindo suas partes debaixo como um bicho acuado, antes estava agindo como um predador, agora como um presa encurralada esperando que alguém intercedesse por ele. Não havia por onde fugir. E ele sabia que se tentasse seria pior.
-Não mostrou suas partes para uma criança. Deixei-me vê-lo por inteiro.
Vagarosamente, ele colocou as mãos ao lado do corpo revelando o seu membro.
-Diga-me… quantas meninas e mulheres?
O criminoso mantevesse calado.
-Vou deduzir que sejam cino. - Aproximei-me. - Alguém quer tentar?
-Dez. - Respondeu um soldado. - Acredito que foram dez.
-Hm… - Considerei analisando as feições dele.
-Foram dezoito. - Respondeu outro.
-Estamos chegando em algo… - Continuei.
-Quarenta!
-cinquenta e seis, talvez? - Debati.
-Tenho certeza que foram setenta e sete. - Ironizou o soldado.
-FORAM DEZ! - Respondeu Sor Rolly. - Foram dez... - Repetiu ele.
-Quais os nomes delas e idades, por favor.
Ele listou nome, por nome, e suas respectivas idades, quais foram deixadas mortas e quais ficaram apenas com memória, da primeira até última jovem, que foi Lady Arryn.
-Segurem! - Ordenei
Os soldados eram grandes e fortes, conseguiam lidar com ele, entretanto dessa vez ele não lutou continuamente, tentou por duas vezes e desistiu para que não sofresse mais machucados.
-Mantenham ele de pé! - Continuei.
Com um sorriso malicioso, rodopiei o bastão enquanto os soldados o arrumavam na posição favorável. O rapaz estava de pé em minha direção, com braços e pernas abertas. Segurei o bastão firmemente e o direcionei no meio de suas pernas, batendo em seus culhões, provocando um grito agudo e sofrível.
-De pé!
Novamente, fiz mesmo movimento, dez vezes seguidas, por cada mulher que ele já havia tocado e matado por puro prazer.
Ele não conseguia se manter de pé sozinho, os soldados o carregavam para ficar na posição correta. Após o término, eles o colocaram deitado com a barriga para baixo, com quadril elevado, apenas o joelho estava dando suporte a posição.
-Por favor, não… - Suplicou ele. - Me matem, mas por favor, isso não.
-A morte te aguarda, mas antes tenho que obedecer meu Lorde. - Disse ela encostando o bastão em seu orifício.
Enfiei sem anúncio ou permissão, cravei o bastão até onde sabia que o corpo aguentaria, mas que o machucasse a ponto de sangrar e fiz isso repetidas vezes até que ele desmaiasse de dor.
Sem delongas, arrastado e vestido com roupas rasgadas foi retirado da cela carregado pelos três soldados que eram os meus guardiões pessoais desde a minha chegada. O homem praticamente desacordado foi jogado na fogueira, gritou de dor, mas não tinha forças para sair, nem ao menos lutar pela sua vida.
As preces eram ditas em voz alta e na frente de todos que pareciam paralisados com tamanha beleza e altura que tinha aquela chama.
-Sem nem mais um dia. Partiremos amanhã. - DIsse Lorde Edward. - Levaremos a menina conosco.
E assim foi feito partimos na manhã seguinte sem longas despedidas, estávamos atrasado e precisamos honrar com os nossos compromissos perante o reino.
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