Capítulo VII - Reencontros

O cheiro da brisa marítima estava suave, o peixe misturava-se às frutas e a variedade de vinhos. Estávamos todos reunidos naquela noite. Uma mesa farta, bastante vinho. Havíamos convidados dois bardos para nos alegrar, cantando os clássicos: The Bear and the Maiden Fair, The Dornishman's Wife, The Winter Maid. Até mesmo, Arquimeistre Humphrey compôs canções, como O Farol da Cidadela, em que exaltava as riquezas e glórias dos antigos Reis de Torralta, como Rei Uthor Hightower; meu primo, Garth Qhaedar e minha irmã, Lady Jeyne Hightower entoaram juntos uma bela canção que fizeram todos chorarem.

Lembramos daqueles que faleceram no acidente, e celebramos por suas vidas. Enquanto estavam todos comemorando, no meio do salão adentrou Alys Flowers - caso não saiba quem é ela, convido-vos a leitura do capítulo II e III de Lorde Jasper - filha de Arquimeistre Humphrey, seus cabelos dourados e olhos acinzentados me acalmavam; havíamos nos envolvido desde infância, certamente, éramos amantes.

Contudo, no período em que estive em Porto Real, ela havia sido enviada para Bosquemel para viver com a família de seu pai, a Casa Beesbury, juramentadas à Casa Hightower.  Sua visita era uma verdadeira surpresa. Ela trajava um vestido púrpura, com ornamentos brancos na borda de renda, seus cabelos estavam trançados e um detalhe interessante era seu cordão, uma abelha preta e amarela; clara alusão à Casa Beesbury, cujo símbolo é Três colméias amarelas em campo de palas amarelas e negras.

“Fico feliz que estejam te tratando bem” - disse enquanto me aproximava - “Lorde Beesbury tem-se mostrado um aliado fiel.”

Alys sorriu levemente e no mesmo instante seu olhar se estreitou.

“Meu primo sempre foi um homem excêntrico e orgulhoso de nossa linhagem e seu apreço pelo meu pai não mudou.” - ela disse como se estivesse decorado a fala, seu olhar era vazio - “Meu pai me disse sobre sua proposta de desposar Lady Margaery Tyrell. Espero que seja feliz."

Foi como se tivesse tomado um soco no estômago. Eu não havia me esquecido de Alys, porém, tinha consciência de que era impossível de que um dia possamos viver juntos. Amor e Dever não caminhavam juntos. A única coisa que andava junto era Família, Dever e Honra, como os Tully proferiram em suas sábias palavras.

“Sou feliz em ter tido você comigo, jamais negaria nossa história. Porém, nós dois sempre tivemos consciência sobre nossos caminhos. Nós não temos escolhas.” - disse com firmeza, eu detestava a situação. - “Farei com que sua estadia em Bosquemel seja digna de uma Lady e que possa casar com Sor Ommen Costayne, se quiser, ele é jovem, pelo menos."

Ela sorriu novamente, e me perdi em seu sorriso largo e como seus olhos encaixavam-se perfeitamente na perfeição de seu rosto.

“Você sempre fez o melhor que pode, Jas, e sou grata por ter tido você comigo. Pelo menos é uma vantagem tenho sobre Lady Tyrell.” - e começou a gargalhar - “E quanto a Sor Ommen Costayne? Até que ele é bonitinho, e parece ser bem melhor do que você…”

Ela deu uma pausa em sua fala, e abracei-a.

“Eu amo você” - eu disse, algo que jamais havia dito. - “Em todo esse período, desde nossa primeira noite até a morte de meu pai, a viagem a Porto Real, e o acidente com minha mãe, o ponto de equilíbrio era você. Nunca haverá uma amante ou melhor amiga do que você. Por isso, eu te amo."

Um líquido quente saia de meus olhos, e dos olhos Alys Flowers; cujo qual, deixou minha blusa molhada.

“Eu também amo você” - disse Alys enxugando os olhos - “Que os deuses nos concedam outra chance em outra vida. Honre Lady Margaery Tyrell, ela é uma ótima garota. Talvez com o tempo você ame-a como eu o amo. Farei o mesmo com Sor Ommen Costayne.”

Assim que ela disse isso, saiu pelo Grande Salão em direção ao corredor central. Pensei bastante em ir atrás dela e promete-lá o mundo como quando éramos adolescentes. Mas devia deixá-la ir e seguir seu destino. Daria à ela permissão para se casar com Sor Ommen Costayne, assim como ela havia me “liberado” para seguir meu destino.

A música continuava a soar pelo Grande Salão, a canção em questão era The Bear and the Maiden Fair.

Minha irmã, Lady Jeyne aproximou-se de mim, e sorriu. A chegada de seus amigas havia alegrado seu coração, era bem melhor superar a morte de nossos pais com amigos verdadeiros em nosso lado.

“Está linda esta noite.” - olhei em seus olhos - “Nosso pais estariam orgulhosos da bela Lady que está se tornando...”

“...Em breve me arranjar um casamento?” - interrompeu-me Jeyne em deboche - “Espero que dê tudo certo Lady Margaery Tyrell; acredito que em breve será o meu. Tenho orgulho de ser sua irmã, e de pertencer a mesma linhagem de você. Nossos pais teriam orgulho de você também. Mas agora, dançaremos e festejaremos."

Todos bebiam e festejavam, e assim seguiu-se à noite. Na próximo dia, tínhamos muitas reuniões administrativas para serem feitas. Vilavelha não poderia parar.