Grande Conselho dos Lordes

A Rainha enfim havia esclarecido as indagações dos Grandes Lordes, teve paciência mesmo que relutante. Porém suas palavras só abriram mais dúvidas na mente do Lorde Tyrell. "Se um usurpador quisesse o trono não seria mais prudente matar os descendentes de Jaehaerys e se sentar no Trono de Ferro?". Magnus começou a pensar nas possibilidades de quem poderia ter assassinado o Rei. "Uma amante, talvez? Mas provavelmente não teria tanta crueldade a ponto de uma decapitação, como de fato, aconteceu. A Coroa estaria escondendo uma grande dívida e o Banco de Braavos como sabemos veio fazer justiça pelo não pagamento da mesma... acho que não agiriam tão covardemente assim. Algum militante da Fé dos Sete revoltado com o incesto Targaryen? Dificilmente adentraria na Fortaleza Vermelha". Magnus se viu pensando em todas aquelas suspeitas, mas no final se mostraram infundadas. "Talvez fosse melhor esquecer tudo isso e apenas proferir meu voto. Nunca saberemos quem assassinou o bom e velho Rei Jaehaerys, por hora".

Lionel Lannister votou em Maegelle, se justificou dizendo que Jaehaerys teria um bom motivo para escolher a filha ao invés de Valerion. "Lorde Lancel Lannister deveria estar se revirando no túmulo neste exato momento em desacordo com o voto o filho".

Lorde Greyjoy ainda discursava, fazendo um revezamento com Jonathan, Magnus não tinha interesse nas palavras do velho, mas as acusações que Baratheon e Greyjoy estavam levantando eram graves. Basta. "Um auroque mugindo e Harmond falando tem o mesmo valor de significância pra mim. A diferença é que o auroque parece ser mais racional", pensou. O Lorde Tyrell começou a analisar os acompanhantes que se encontravam na outra mesa. Garth se mantinha quieto, era mais cavaleiro do que Lorde, provavelmente estava entediado. Próximo à ele, ali sentada, estava a jovem Lady de cabelos negros que chegara com Lorde Tully. Agora com mais calma, Magnus pôde analisar melhor a moça e notou como a mesma era bela. Seu olhar severo chamava a atenção e mesmo assim não ofuscava o quão atraente era. O Tyrell mordeu os lábios e então percebeu quem era a jovem. "Pelos Deuses, é Cassandra Tully!", se chocou. Os dois já haviam se encontrado há quase dez anos atrás em um torneio no qual seus pais foram convidados. Podia arriscar que tinham se tornado até mesmo "amigos". Porém a moça havia sido exilada pelo próprio pai, acusada de conspiração. Pelos boatos, tinha se tornado uma meretriz em Essos. "Surpreendo-me que esteja de volta. Não se parece mais com a garota sorridente de antigamente, talvez suas experiências no outro Continente a tivessem deixado com este olhar profundo. Ainda assim, encantador". Magnus mordeu os lábios quando se lembrou daqueles tempos. Mas agora os tempos mudaram e sua vida havia mudado completamente, não era mais o menino que flertava com menininhas. Sua missão agora era para com a Campina.

Para a surpresa de Magnus, Harmond e Jonathan haviam votado em Maegelle. 3x0. Agora era sua vez de falar. “Só pode ser brincadeira”. Iria iniciar seu discurso, quando Vaella pediu silêncio. Logo veio o esporro. Era nítido que a Rainha estava abalada. Maegelle e Valerion discursaram depois. "Talvez este discurso decida o voto de quem ainda está indeciso". Magnus se levantou com a permissão da Rainha.

- Lorde Jonathan, Lorde Harmond , parabéns pelo belo discurso que os dois fizeram. Fiquei impressionado como os dois nobres senhores souberam usar suas palavras venenosas. Entretanto algo me incomodou muito. Lorde Greyjoy, – se virou para a Lula Velha – o senhor atribuiu o nome de Ethan Stark ao assassinato do Rei. Incriminação grave, eu diria. Eu não me atreveria a insultar a honra dos Nortenhos. Isto fere até mesmo os Tully, pois são primos. Em relação à Casa Martell, a Campina e  Dorne têm diversas divergências e eu particularmente não tenho nenhum afeto por eles, mas acusa-los aqui, quando os mesmos não invadiram este salão e sim foram convidados, é de uma total deselegância com os convidados. Agora tenho uma dúvida. Por qual motivo os senhores estão com essa vontade tão voraz de fazer acusações contra quem se encontra nesta sala? Seria para tirar a suspeita de vocês mesmos? E querer participar das investigações... Por que quer ser infiltrar dentro da Coroa, Jonathan? Eu não me surpreenderia se algum de vocês – apontou para os Targaryen – aparecesse morto nos próximos dias se um Baratheon começar a frequentar os corredores deste Castelo. Fico extremamente aborrecido com o comportamento de vocês dois, e os rumos que este Conselho tomou, senhores. Tentar causar instabilidade e desavenças entre nós num momento como este não é nada responsável. Agora vamos ao meu voto.

Magnus arrumou uma mecha de cabelo e bebeu um pouco de vinho para esfriar os ânimos.

- Nós de Westeros sempre nos preocupamos em manter nossa cultura e costumes. Nossos passados sempre foram motivo de orgulho, pelo menos para a maioria de nós. Quando os Targaryen ascenderam ao Trono de Ferro trouxeram consigo muito de seu povo, de suas raízes valírianas. - O Lorde Tyrell gesticulava com as mãos -  Porém em momento algum eles tiveram pretensão de acabar com tudo que nós havíamos aprendido e difundido em nosso vasto continente ao longo de milhares de anos. Aegon I, um homem e, mais que isso, um Rei, pelo qual a Casa Tyrell tem o profundo respeito, optou por dar continuidade a tradição do primogênito do sexo masculino herdar e, posteriormente, assumir o Trono. Sabemos que o nosso falecido Rei Jaehaerys havia comentado que era de seu agrado que Maegelle assumisse a Coroa. Não nego que a mesma seja competente o suficiente para ser Rainha, como falou Lorde Lannister. Se eu discordasse disto não teria deixado minha irmã, Margaery, no comando da Campina enquanto eu estou fora. Porém se nós começarmos a quebrar nossas antigas tradições, onde iremos parar? E se dermos o azar de termos um Rei desprovido de sanidade no futuro e o mesmo escolha um bastardo para ocupar seu lugar? - Olhou para o Greyjoy - Ou até mesmo escolher algum estrangeiro para comandar nossa nação. Nossos descendentes irão aceitar? Colocaremos nossas Casas em risco? Iremos mesmo renegar nosso passado para alimentar o nosso ego de "somos a mudança"? Saibam que os culpados de todas essas possibilidades seremos nós, por termos aceitado começar a quebrar nossas tradições, que nem mesmo o próprio Aegon I o fez. Podemos trocar nossas folhas, mas não percamos nossas raízes. Mudar nossas opiniões, sem ferir nossos princípios. Nós não tivemos tempo para analisar direito, não pude reunir meus vassalos para discutirmos essa escolha importante. Por conta disto e, com a consciência pura, meu voto vai para Valerion. - fez uma pausa - Senhora Maegelle, espero que compreenda minha posição. Reafirmo minha lealdade à Casa Targaryen. - finalizou.

Voltou a admirar a bela Lady Tully, que bebia vinho. Ao fundo, Jasper Hightower permanecia quieto, o lorde havia entrado no Conselho daquele mesmo jeito e não havia falado nada. Magnus fixou o olhar em Jasper, que também o observava. O Tyrell movimentou os lábios em um sussurro quase inaudível.

- Busque a Luz que iluminará nosso caminho.

Sentou-se e aguardou o próximo Lorde se manifestar.  O clima estava tenso.

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    Após Lorde Lionel escolher Maegelle como futura Rainha de Westeros, passou a observar o jovem leão de uma forma diferente. Talvez a Criança de Verão esteja mostrando que não se sente intimidado por tradições e leis. Em seguida, Maegelle recebia seu terceiro voto, a Targaryen não demonstrava atitude de vitoriosa, comemorar antes da hora pode ser ruim para a imagem dela nesse momento tão delicado.
   Instantes depois o lorde da campina se pronunciou, Noah entrou no Grande Salão já sabendo em quem votar, sabia que independente de quem usasse aquela coroa, não iria mudar nada em comparação aos seus planos.  Para sua surpresa, Lorde Tyrell votou em Valerion, era seu primeiro voto.
Os lordes já aparentavam estar acostumados com a pressão que esse conselho pesava sobre os ombros de cada um. Chegou a vez de Noah se pronunciar, o mesmo havia pensado em um excelente discurso para esse momento, e em segundos sua mente não consegue pensar em voltar ao Vale.

- Bem, Lorde Tyrell talvez já tenha dito minhas palavras, nós realmente estamos preparados para sermos a "mudança" ? Linhagens inteiras varridas pela drástica mudança de leis que nossas terras sofrerão por causa de uma "criança de verão", um alienado da tempestade e um velho estuprador. Não estou aqui para ditar as escolhas de cada um, talvez Vossa filha Maegelle fosse a melhor das melhores que Westeros já viu e verá, mas essa não é nossa tradição, essa não é a lei que nos foi ensinado de geração a geração. Por tanto meu voto vai para Valerion.

   Enquanto lorde Arryn discursava sobre seu voto, Andyl batia com as pontas de seus dedos sobre a mesa de madeira. A ansiedade lhe tomava por completa, não conseguia se distrair com nada daquele conselho. Ao olhar para o lado, observou como Cassandra estava calma, com olhares penetrantes, exaurindo uma aura poderosa. Passou a observar os lordes como forma de distração. O lorde Tyrell possuía belos cabelos castanhos, e Baratheon era um cara enorme, o perfil de um verdadeiro guerreiro. Em seguida seus olhos claros chegavam ao encontro do jovem leão, Andyl observava todos seus movimentos, seus olhos, sua pele, seus cabelos, suas mãos que já não tocavam no cálice de vinho a tempos.

- "Esse deve ser o lorde Lannister, ele parece tão grandioso estando ali, ele é tão bonito."- Pensou Andyl admirada pelas feições do leão. Aí escutar o discurso de Noah, rapidamente voltou a ansiedade como um soco no estômago. Não esperava tal pensamento de seu primo.


   O Lorde do Vale passou a mão em seus cabelos castanhos, olhou em direção aos lordes Lannister, Baratheon e Greyjoy. Não esperava agradar ninguém. Sentou-se em seu lugar, o mesmo não havia tomado nem metade de sua taça de vinho. Seu estômago estava embrulhado e seus pensamentos estavam em casa.

Spoiler:

-Como devem saber nosso lema, temos como pilar e prioridade a nossa família. Portanto, o voto da Casa Tully segue com Valerion. Com todo respeito, não tememos ter uma mulher em nosso comando, ou, seja lá soe nosso voto a vossa Rainha Maegelle. Mas fomos criados para seguirmos nossas tradições e nosso lema.

Spoiler:

Todos estavam bastante agitados nas arquibancadas, os cochicos, os sussurros não passavam despercebidos pelos irmaos Martells, Noburo estava calma e sereno ao lado da irmã, por vezes escondia um sorriso malicioso por trás do cálice de vinho, por vezes nem bebia, mas só o movimento já era o suficiente para Nymera saber que o irmão estava com pensamentos nada sutis ou inocentes na cabeça.

- Eu achei que esse seria interessante, ainda bem que esses Lordes não me desapontaram - Noburo sussurou no ouvido da irmã - A Nym, tire esta cara séria e sorria, ou não vai encontrar um bom marido para partilhar de sua cama - os olhos da irmã o encaram com um misto de raiva pelo comentário e graça pelo mesmo motivo, o irmão lhe respondeu com um sorriso e pronunciou as palavras sem qualquer som, `` Sorria´´, e assim ela o fez, mas o se virar voltou ao seu semblante de antes.

Ela olhava em volta e via os acompanhantes, um rosto lhe era bastante familiar, esse era de Cassandra, mais conhecida como Sacerdotiza Casandra, pois a havia conhecido quando explorava e andava por Essos, Uma Sacerdotiza Vermelhaw Aqui?, tal pensamento lhe causou arrepios por todo corpo, conhecia por alto a religião do Senhor da Luz e aquilo poderia sim entrar em conflito com a Fé dos 7, Nymera por sua vez preferiria adotar a antiga religião Roinar, onde a Mãe Roine e o Velho do Rio, tirando isso foi ensinada a Fé dos 7, mas tinha lá suas oposições, em Essos havia conhecido a Fé do Senhor da Luz, R´hollor, mas algumas coisas a havia a assustado, como o costume infame de atirar os fitos ``hereges´´ ao fogo sagrado do Senhor da Luz, mas lá estava uma pequena chama que Nymera sabia que logo logo poderai se tornar um incêncdio.

Seus olhos sondavam os outros lordes enquanto a Rainha Regente terminava seu discurso, logo que ela terminou um jovem de cabelos loiro se levantou, sabia que aquele era o Lorde Lionel da Casa Lannister, ela apertou os olhos para olhar bem o seu rosto para ver se realmente era aquele jovem bem novo que aparentava.

- Será que ele desmamou antes de se tornar Lorde? - Noburo sussurrava no ouvido da irmã novamente e ela contece um riso que com certeza chamaria atenção. O ouviu falar sobre  suas terras e sobre ser bastante novo para o cargo que possuía, mas o que chamou a atenção de ambos os irmãos foi quando ele falou sobre ter aprendido e ouvido histórias da Casa Martell, da sua Casa, e que os costumes deles davam frutos e reultados positivos e que isso o havia influenciado e com isso havia votado na Princesa Maegelle. Os olhos violetas da filha haiam pousado em seu pai e viu que o mesmo esboçava um belo sorriso nos lábios e ela soube que aquela ação do jovem havia agradado o Príncipe Martell.

Lorde depois veio o Lorde Baratheon e o Lorde Greyjoy darem seus discursos, que fizeram Nymera olharem para ambos os lordes com um certo desprezo no olhar, mas quando o mais velho se virou para seu pai e lançou suas suspeitas tanto no Lorde Stark que estava atrás do pai quanto no próprio Lorde Martell, Nymera quase se levantou para dizer algumas palavras mas o irmão pegou em sua mão antes dela fazer qualquer menção em se mover, ao olhar em seus olhos ela viu que o sorriso dele havia sumido e que seus olhos castanhos encaravam o velho Greyjoy com igual raiva. Uma coisa que também notou foi os sons de palvras em uma língua que conhecia, a língua falada em Essos, e não vinha de muito distante de seus ouvidos, quando se virou sutilmente com o cálice de vinho viu dois jovens que eram os responsáveis, um de cabelos negros e olhos castanhos, com pele queimada pelo sol, e ao seu lado um jovem de cabelos encaracolados curtos e loiros e olhos azuis, preferiu não encarar muito para não chamar atenção, pediu a serva próxima para lhe trazer um cálice com água e pediu algumas frutas na mesa para comer.

Seu sangue gelou quando a Rainha Vaella se levantou do Trono de Ferro, imaginou que algum dragão fosse entrar naquele salão e queimassem ambos os lordes, não que sentiria tristeza se isso acontecesse, depois de suas palavras venenosas, memso que ambos tivessem votado em Maegelle pareciam que fizeram por fazerem, mesmo que tenha sido sutil a haviam desrespeitado falando que talvez ela não tivesse pronta para assumir o Trono de Ferro e questionando seu treinamento para assumir o cargo de Rainha, se perguntou por que raios haviam votado dela, mas principalmente queria pegar sua lança e mostrar para aquele Lorde das terras da Tempestado o que uma mulher é capaz de fazer.

Como seu pai havia solicitado inicialmente os principes se pronunciaram e responderam do por que eles mereciam o Trono de Ferro, a Princesa Maegelle não havia deixado barato, igual a mãe, o comentário do Lorde Baratheon, havia sorriso quando ela fazia comparativos sobre as criações dela ao que fora ensinado aos homens, ``Vocês foram ensinados a lutar, eu fui ensinada a pensar´´, Antes você tem que usar a cabeça do que os braços Nymera, era uma frase que seu pai lhe falava. O discurso do príncipe foi mais emocional, mas algo parecia errado, ele falava como era ser o segundo filho a sombra da irmã e como isso o fez ter um mau comportamento, ela olhou para Noburo e se perguntou pela primeira vez se o irmão se sentia bem em ser o segundo filho se isso não incomodava de certa fora.

Os demias lordes fizeram seus votos não deixando de farpar o Lorde Greyjoy e Baratheon no processo, chegou enfim a vez de seu pai, o Príncipe Doran se levantou com seu famosos ar nobre, ambos os filhos e todos encaravam o homem moreno com olhar felino.

- Não pude deixar de me sentir tocado pelas palavras de meus... Companheiros, se posso usar essa palavra a eles, se me permitem reponder a sutil acusação desferida a mim posso alegar que os Martells não tem qualquer motivo para querer a morte do Rei Jaehaerys, pelo contrário, ele foi um homem que presava a paz e não a conquista pela espada como seus antecessores, ele veio até mim não invadindo minhas terras e batendo nos meus portões, mas por meios de palavras me fez entrar em um acordo que eu espero que perpetue, não é por causa que não nos ajoelhamos que em iremos empunhar a espada a qualquer hora e apunhalar aquele que se senta no trono, queremos viver em paz, como todos os presentes aqui. Mas o que a Rainha Vaella e a Princesa Maegelle falaram é verdadeiro, essas terras não podem ficar sem um governante, depois de Aegon, o Trono de Ferro não pode ficar sem alguém sentado nele, pois olha o que acontece quando o trono fica vazio por muito tempo, sem um governante oficial do Trono de Ferro eu digo, pois a Rainha Vaella é quem está presidindo as coisas por aqui, infelizmente não ganhando o respeito e a atenção que deveria.

Meu voto é mais do que certo, eu voto na Princesa Maegelle Targaryen, como o Lorde Lannister já mencionou, nossas histórias nos mostraram o poder da força de uma mulher, Nymeria, Princesa Meria Martell, todas provaram que mesmo não possuíndo um pau por entre as pernas conseguem governar uma província tão quanto... Ou até melhor.

O Píncipe se sentou de volta na cadeira e bebeu de seu cálice, olhou para os filhos e deu uma piscadela, E eu espero ser tão boa quanto elas papai... Eu espero.

Após a sua intervenção o clima não havia amenizado, a seguir o Lorde Tyrell expôs seu descontentamento expondo seu desprezo tanto pelas palavras do lorde quanto pelo próprio, a ficha entre os Greyjoys com a Campina não era nenhuma novidade, até antes da chegada de Aegon as Ilhas de Ferro criavam confusões com várias províncias, principalmente com nos Tullys.

Bem após o pronunciamento do Lorde Tyrell um jovem de cabelos castanhos se levantou foi até o mesmo sussurou algumas palavras e em seguida se retirou do salão, Isso está se tornando um circo, um verdadeiro circo onde sou a atração principal, a "Rainha que não conseguiu comandar e presidir se quer um Conselho direito... Se fosse Jaehaerys..", dentro de si Vaella sabia que não poderia desabar, não ali, ainda era a Rainha de Westeros e agiria como tal, estava diante dos Grandes Lordes e ali deveria agir como tal, não poderia aparentar estar cansada, privada de noites de sono e emocionalmente abalada, "Uma Rainha não quebra, uma Rainha não chora, um Dragão sempre resiste a ventania", sua mãe sempre lhe falava essas palavras e ali ela via o peso que elas carregavam.

Enquanto Lorde Arryn se pronunciava chamou um dos soldados Targaryens que estava próximo e se aproximou de seu ouvido

- Vá até a Torre da Espada Branda, na Sala Redonda e avise... Para se prepararem- voltou sua atenção total para o Lorde do Vale, o mesmo havia votado em Valerion, tornando a votação 3 para Maegelle e 2 para Valerion, seu coração estava disparado, continha todas as suas emoções dentro de si, mas não podia negar a excitação pela filha estar ganhando.

Os dois Lordes que se seguiram foram diretos e objetivos, ambos votaram em Valerion, lhe dando assim uma vantagem, não estranhou tal atitude, Stark era conhecido pela sua honra acima de tudo é seu tradicionalismo, e os Tullys era fortemente tradicionalistas, como o Lorde Tully havia mencionado, tudo agora dependia do voto do Príncipe Doran Martell e por conhecer bem os Martells não tinha dúvidas de sua escolha.

Como o esperado as palavras do Príncipe foram macias e devolveu a leve acusação sem o uso de palavras grosseiras ou com olhar de ódio, isso lhe impressionou de fato, ouvirá que os Martells eram arrogantes e de certa forma selvagens com seus costumes libertinosos, sua transparência ao pudor, mas a sua frente estava um nobre com atitudes equivalentes e se perguntou se por trás não haveria algo escondido, pois ele sabia como dizer palavras ácidas mas nós fazerem engolir como se fosse o mais doce vinho da Árvore e isso era algo a ser temido.

Como imaginou ele havia votado em Maegelle, quando ele se sentou olhou para a mesa dos acompanhantes e lá Vaella viu um casal de pele morena que julgou ser seus filhos, a jovem julgou ser sua filha mais velha, Nymera Martell, sua herdeira, com curiosos olhos violetas, e o rapaz sabia que era Noburo, o segundo filho, Se aqui fosse tão simples, Maegelle seria coroada Rainha e toda essa merda não estaria acontecendo...

- Lordes- disse Vaella ao se levantar do Trono de Ferro - Vcês escolheram, julgaram qual dos príncipes seria o mais indicado para ser o novo governante de Westeros, e chegamos a um empate, o mais justo seria eu, como Rainha Regente votasse em um dos príncipes para o desempate, mas não cabe a uma Mãe escolher entre seus filhos, seria o mais vil pecado existente pois amo a ambos de igual intensidade, por isso... Por isso eu entrego nas mãos dos deuses, e por isso declaro que o desempate será feito pelo Julgamento por Combate.

Neste momento os portões se escancaram e 5 cavaleiros de armaduras de prata e capas brancas adentraram no recinto, outros dois que se localizavam ao lados dos príncipes desceram os degraus da escadaria e se puseram na fila, a frente de todos um homem de cabelos prateados já com o rosto aparentando a idade mas de pele suave sem barba se ajoelhou e levantou a cabeça olhando para a rainha.

- Rainha Vaella.

O dia havia amanhecido com um ar selvagem, o que era bem apropriado para a ocasião, pois aquele era o dia do Grande Conselho, o conselho ao qual os sobrinhos disputariam pela coroa e pelo título de Governante do 6 Reinos, Curioso os Martells terem sido convidados, Viserys pensava em todos os planos e em tudo o que faria, caso Valerion ganhasse a situação se tornaria mais amena, mas caso Maegelle ganhasse e havia essa possibilidade ele já tinha um plano b, sua ida a Pedra do Dragão foi crucial para isso.

Enquanto fazia sua higiene matinal Viserys se recordava dos últimos dias, após voltar de Pedra do Dragão a irmã e Meiestre Tackard o interrogaram perguntando onde estava quando o irmão foi morto, claro que o Targaryen fingiu surpresa e pesar pela morte de Jaehaerys, havia dito que foi ao outro castelo resolver certas questões, mas na verdade havia sondado os comandantes para ver se ficariam do lado do sobrinho caso o mesmo fosse levantar espadas contra a irmã.

- Meu senhor Viserys? - uma serva adentrou em seu quarto trazendo seu café da manhã, a jovem possuía cabelos longos e castanhos, não pode ver seus olhos pois ela não o encarava, suas curvas eram deveras chamativas, pensou em fazê-la ficar e lhe aquecer, mas não o fez por receio disso lhe trazer algum problema, estava andando sobre gelo fino e tinha que tomar cuidado a cada passo.

Nas últimas semanas teve que aguentar a ira da irmã e os olhos do Meiestre Tackard sobre si, em todos os lugares lá estava ele "coincidentemente", na Guarda Real também haviam alguns lhe lançando olhares desconfiados, o jovem Steffon Baratheon era um deles, soube que na noite da morte do rei ele e Sor Criston Cole foram os que minha irmã esbofeteou na raiva quando achou o corpo do marido. Agora o cavaleiro o olhar estranhamente, isso quando não descia o olhar para qualquer outro canto.

Com a irmã, a situação foi um pouco mais intensa, ela o interrogou, lhe deu um tapa forte no rosto e perguntou por que não estava com o irmão, por que, como Comandante da Guarda Real, Viserys não fez o trabalho que jurou fazer, ele por sua vez se deixou ser agredido e fingiu uma profunda tristeza, abraçou a irmã e jurou encontrar e matar o responsável nem que seja a última coisa que faria em sua vida.

Já arrumado foi para os aposentados da irmã, a guardaria naquele dia, por toda a sua vida via a irmã de longe sempre tão bela, sempre imponente, como toda boa Targaryen deveria ser, as filhas, principalmente Maegelle havia puxado isso dela, ao chegar esperou do lado de fora até ela sair, com seu vestido negro com detalhes em carmesim, cheirava a rosas selvagens, estava como uma rainha de verdade, os olhos do irmão brilhavam de luxúria ao ver a irmã tão linda.

- Se prepare para qualquer coisa - ela disse sem olha-lo ele apenas concordou. Quando se aproximaram dos portões ele a deixou entrar e foi para a Torre da Espada Branca, preparou os homens e esperou o chamado da irmã que veio um tempo depois.

- Senhores, independentemente do resultado guardem os príncipes e a rainha.

A entrada da Guarda Real atraiu olhares de todos os presentes, a irmã estava a frente do Trono de Ferro, ao chegar próximo da escadaria se ajoelhou e olhou para a Rainha Regente.

- Rainha Vaella - disse em parte nervoso com o que viria e contemplando a irmã.

- Cavaleiros da Guarda Real, sua missão é proteger e guardar o rei e todos de sangue real, defender e representar quando necessário, neste momento de indecisão a situação não pediria por menos, a votação pela coroa deu empate e foi decidido que o desempate se seguiria por Julgamento de Combate, quem representará meus filhos perante os deuses? Os Lordes também podem representar um dos príncipes se tornando seu campeão.

Não houve qualquer som vindo da mesa dos Lordes, quando os olhos do tio pousaram no sobrinho viu que internamente ele lhe implorava para ser seu campeão, afinal o tio era o melhor espadachim de Westeros, segundo muitos, mas aquilo poderia ser mal visto.

- Vossa Majestade - a voz de Sor Willas Hightower foi ouvida e o homem se levantou e olhou para a rainha - Eu me ofereço para ter a honra de lutar pela Princesa Maegelle Targaryen, se ela e a senhora me permitirem - ambas concordaram e um sorriso foi visto no rosto da sobrinha, era conhecido que Sor Willas tinha boas habilidades em combate, de um homem da Campina não poderia esperar menos.

- Vossa Majestade - a voz de Sor Steffon Baratheon e seus cabelos negros chamaram a atenção de todos - Eu também peço a honra de lutar, em nome do Príncipe Valerion Targaryen, Majestade.

- Então está feito, que os deuses estejam conosco, o Julgamento por Combate só acabará quando um dos dois se render, ou morrer, por favor, todos para a arena para a decisão.