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O Novo Herdeiro

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Mensagem por Magnus Tyrell Dom Nov 22, 2020 5:30 pm

O NOVO HERDEIRO

MAGNUS TYRELL - Flashback



O Sol se escondia no oeste. O céu estava encoberto de nuvens espessas e escuras, e pálidas faixas azuis apareciam entre elas. Ventava forte e tudo indicava que logo cairia uma chuva pesada sobre a vastidão da Campina. Jardim de Cima estava quieto, a muito tempo o Castelo não ficara tão silencioso. Salões e pátios estavam vazios, mulheres não cantarolavam nos jardins, nem crianças corriam entre as sebes, até mesmo os cavalos não trotavam nas redondezas. Magnus encontrava-se sozinho em seu quarto, iluminado apenas pela luz das velas já acessas aguardando a chegada da noite. O vento soprava gélido pelas janelas e sacudia as cortinas de seda. O Jovem lia um livro chamado "Da Árvore à Muralha", escrito por um antigo meistre chamado Ocley, porém não conseguia se concentrar direito, sua cabeça pensava em Willas e em tudo que ocorrera recentemente. Passos no corredor indicava que alguém se aproximava do cômodo. Logo vieram as batidas na porta.

- Magnus! O jovem senhor está aí? - Chamava a voz familiar.

- Entre meistre Edd - permitiu Magnus com uma voz fraca.

O velho meistre adentrou no quarto. Trajava suas velhas e típicas roupas cinzas e seu semblante era de cansaço. Trazia consigo uma bandeja com dois pães, uma fatia de carne de cordeiro e vinho. Caminhou devagar até o Tyrell.

- Pegue. Trouxe para você - Estendeu a bandeja para Magnus pegá-la.

- Meistre, não estou com fome.

- Meu jovem senhor, sei que está sendo um momento difícil, não só para você, mas para todos nós. Entretanto, saia um pouco de seu quarto, vá comer, entreter sua mente com alguma atividade. Fará bem ao senhor.

- Eu... já estou me entretendo lendo este livro aqui e também não estou com vontade de sair do quarto.

- Magnus - o meistre depositou a bandeja de lado e sentou-se na cama, colocando a mão direita sobre o ombro do rapaz - Veja só, nem tudo nessa vida nós iremos compreender, e nem tente achar uma razão, pois certamente não irá encontrar. Os Deuses tem seus próprios planos, muitas vezes complexos e absurdos. Talvez enxergam algo especial em ti. Você tem um futuro grande no comando da Campina.

- A Campina... Willas foi criado desde que nasceu para ser um bom Lorde. Era o dever dele, ele viveu toda sua vida para assumir o comando depois que meu pai partisse, não eu.

- Não diga isto! Há centenas de senhores em Westeros, dos mais sábios como nosso bom Rei Jaehaerys I até os mais incompetentes, pelo qual não preciso nem mencionar o nome. Não posso afirmar que você será o mais sábio de todos, se bem que gostaria que fosse, mas tenho plena convicção que não será um incapaz. Há pessoas experientes e sábias ao seu redor, não há o que temer. Entretanto, não pensemos nisto agora. Seu pai governará por longos anos até chegar a tua vez e você, Magnus, aprenderá muito com ele.

O Jovem esboçou um leve sorriso em meio a face cansada. Pegou um pedaço de pão e começou a comer.

- Irei deixá-lo por um momento, jovem senhor. Seu pai está te esperando no Grande Salão, vá lá quando acabar sua refeição. Seu tio também chegou em Jardim de Cima, deve estar junto com Lorde Luthor.

- Já irei descer, meistre. Não se preocupe.

- Cuide-se, Magnus. Não deixe nada lhe abalar - o velho meistre levantou-se e se retirou do quarto.

Magnus terminou de comer em silêncio, de fato estava com fome e nem percebera, pois comeu tudo o que estava na bandeja. Levantou-se e foi se arrumar para encontrar seu pai. Pegou um gibão preto com ornamentos prateados, vestiu-se e logo depois foi até uma estante, abriu a gaveta da direita e encontrou um pequeno broche dourado em formato de rosa que pertencera a seu irmão mais velho. Desceu para se encontrar com seu pai. No caminho encontrou alguns guardas nos corredores, que o cumprimentaram num tom respeitoso e desanimado. Magnus atravessou o castelo, descendo vários espirais de escadas. Chegou no salão de espera que antecedia o Salão Principal, não havia soldados guardando as portas, o Tyrell então seguiu em direção à porta. Aproximando-se dela escutou a voz grave de seu pai conversando com seu tio, Elrond Tyrell.

- ... Jaehaerys também manifestou seus sentimentos em nome da Coroa. - Falava Lorde Luthor.

- Era de se esperar que Jaehaerys fizesse isso. Não há como negar que o homem tem um coração bom - Complementou Elrond.

- Pela manhã também recebemos um corvo com um pergaminho vindo de Correrrio.

- E o que dizia a carta? - Indagou o irmão.

- A carta fora escrita pelo próprio Edmure Tully. O mesmo dizia que a morte de Willas o deixara extremamente abalado e que sua família e, em especial sua filha, partilham do mesmo sentimento. Entretanto, diante dos últimos acontecimentos ele não concorda em seguirmos com a União de Magnus com Cassandra e assim, por meio de uma simples carta, ele encerra o nosso acordo. Ele nem ao menos deu uma explicação. Covarde.

- Deixe-me ler.

Luthor entregou o pergaminho para seu irmão mais novo, que leu o texto com calma.

- Certamente é uma grande perda para nós e para eles também. A Campina e as Terras Fluviais tinham um futuro próspero com este casamento... Você já havia avisado Magnus que seria ele no lugar de Willas?

- Não, o menino era muito apegado ao irmão, eu não queria deixá-lo ainda mais preocupado.

-  E Janna, como está?

- Desolada. Não come nem consegue dormir, e quando consegue acorda no meio da noite chamando Willas. Nós não merecíamos isto, Elrond. Sempre fomos devotos dos Deuses, por que levar meu primogênito? Tão jovem e esperto. Ele se parecia tanto comigo...

- Luthor, a morte de meu sobrinho é uma tragédia em nossa família, mas lembre-se que a Campina depende de você e um dia dependerá de Magnus. Não se deixe cair no luto eterno. Há outro filho que precisa ser instruído agora.

Do outro lado da porta, Magnus estava ofegante, os olhos já estavam cheios de lágrimas, a conversa que acabara de escutar havia aflorado novamente o sentimento de luto. Após uma pausa, os dois irmãos voltaram a falar.

- Se eu morrer você deverá proteger e instruir meus filhos, em especial Magnus para que a Campina permaneça forte. Prometa-me isso.

- Eu promete, Luthor. Tem minha palavra... Vejamos, ainda é cedo mas certamente encontraremos um bom casamento para meu sobrinho. Há outras Casas importantes, Lannister e Arryn tem moças com idades próximas a de Magnus em suas famílias. Ademais, temos Casas da própria Campina que podemos avaliar uma possível união.

- Não. Na Campina, não.

- Posso saber o porquê?

Lorde Luthor levanta-se de sua cadeira e começa a andar de um lado para o outro.

- Por centenas de anos os Gardeners se casaram entre as Casas da região. O destino que eles tiveram todos nós sabemos. Caíram diante dos dragões no campo de fogo e não sobrou um herdeiro sequer. Não podemos cometer o mesmo erro e arriscar nossa linhagem, Elrond. Devemos ir mais além, expandir nossa influência para as demais regiões.

- Isto inclui o que você já havia me dito? Digo, sobre os planos de...

- MAGNUS, o senhor está aí!

A voz de meistre Edd ecoou pelo salão. Sua figura surgiu entre o breu descendo as escadas.

- Ah sim, meistre... Acabei de chegar - Respondeu Magnus, entristecendo-se por não conseguir terminar de escutar a conversa.

- Ótimo. Seu pai já te esperava, vamos entrar juntos, a noite será longa. Há muito o que te explicar.
Magnus Tyrell
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Senhor da Campina e Protetor do Sul
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